Com Sínodo da Amazônia, Igreja corre atrás da concorrência
Os debates do Sínodo da Amazônia (foto) ocorrerão no Vaticano até o dia 27 de outubro. Alguns meses depois, um documento com diretrizes para o clero deverá ser divulgado. Entre as orientações aguardadas, algumas resvalam em pontos sensíveis para a Igreja, como a possibilidade de padres se casarem, de mulheres assumirem um papel mais relevante...
Os debates do Sínodo da Amazônia (foto) ocorrerão no Vaticano até o dia 27 de outubro. Alguns meses depois, um documento com diretrizes para o clero deverá ser divulgado. Entre as orientações aguardadas, algumas resvalam em pontos sensíveis para a Igreja, como a possibilidade de padres se casarem, de mulheres assumirem um papel mais relevante e de costumes indígenas serem incorporados a rituais católicos. Se forem levadas adiante, tais medidas podem tornar a Igreja Católica mais parecida com as denominações evangélicas, suas concorrentes nessa região.
No Brasil, a Amazônia é uma das regiões em que a Igreja Católica mais tem perdido espaço para outras igrejas. Em todo o país, os evangélicos representam cerca de 22% da população, mas em alguns estados da Amazônia eles já são cerca de 30%. Em diversas cidades, há mais evangélicos que católicos.
Para chegar aos moradores amazônicos, a Igreja tem padecido com uma excessiva burocracia, problema que os evangélicos não enfrentam. “Nas minhas pesquisas na periferia das cidades amazônicas, é fácil ver novas e velhas denominações protestantes e evangélicas avançando junto com as pessoas sobre as terras, mesmo em áreas de ocupação irregular. Então, um pastor que se parece muito com os demais moradores começa a formar núcleos de ajuda mútua, a pregar e a visitar a casa de todos. Pouco tempo depois, um casebre é transformado em um Templo do Senhor”, diz o antropólogo Diego Omar da Silveira, professor da Universidade do Estado do Amazonas, em Parintins. “Com os católicos a ação é muito mais lenta. As igrejas são caras e demoram anos, às vezes décadas, para serem erguidas.”
Outro obstáculo enfrentado pela Igreja é a escassez de padres. Nos povoados mais distantes, os religiosos católicos chegam apenas para visitas breves. Entre os evangélicos, essa carência não existe. Em algumas igrejas, uma pessoa com alguns meses de estudo da Bíblia já se torna pastor e começa a pregar.
A presença mais espalhada dos pastores também é mais notada, uma vez que os evangélicos usam de diversas estratégias disponíveis para atender a demandas de seu público. Produzem músicas, cultos e se adaptam aos idiomas locais. Essa versatilidade tem sido fundamental para conquistar os povos indígenas. Das 181 línguas existentes na Amazônia, 58 possuem algum tipo de tradução evangélica.
A convocação do Sínodo pelo papa Francisco pode ser vista, portanto, como uma resposta à constatação de que a Igreja Católica perdeu o bonde da história na região. É esse o pano de fundo do encontro do Vaticano, apesar dos conhecidos discursos da Igreja contra a exploração econômica e o capitalismo, cada dia mais embalados pela causa ambiental.
Se o Sínodo da Amazônia vier a flexibilizar a estrutura da Igreja, existe a possibilidade de a instituição recuperar parte do território perdido. “A perda de fiéis está diretamente ligada à fraca presença da Igreja Católica na Amazônia. Se a instituição puder contar com homens casados e mulheres, terá mais braços para administrar os sacramentos e ganhar mais relevância”, diz o sociólogo Marcus Vinicius Freitas Reis, professor da Universidade Federal do Amapá, em Macapá.
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Comentários (10)
Ivan
2019-10-16 12:06:38A igreja católica perde seus fiéis diariamente pela tendência esquerdista de grande parte dos sacerdotes.Sou católico mas não mais frequento as missas.Ela vai continuar perdendo cada vez mais fiéis principalmente depois de pronunciamentos irresponsáveis como o do Arcebispo de Aparecida. Aliás,as profecias são bastante claras a esse respeito.
Antonio
2019-10-16 10:31:35Que lixo de matéria. O que acontece é justamente o contrário. A partir dos anos 60, quando a liturgia católica incorporou elemento protestantes foi o início da diáspora de católicos rumo a outras religiões e rumo ao ateísmo. A desculpa é sempre a mesma: "a aproximação com o mundo atrairá fiéis". Não deu certo no CV II, não deu certo ao longo dos últimos 60 anos e não dará certo de novo. Isso é o que dá colocar um articulista que não tem um mínimo conhecimento sobre a Igreja.
MarcoA
2019-10-16 10:30:28Muito comentario aqui mostrando os "interesses $$$$$"da igreja na amazonia mas nenhuma, repetindo, "NENHUMA" referencia as avanco evangelico por lá, eles querem o que???? evangelizar silvicolas???? entenddo que o interesse é no minimo $$$$$ (10%??), ou estou errado?,,,,,,e os edirs, valdomiros, malafaias, hernadez, rsoares, sonias,,,essa turma toda, quer o que por lá ??? e com aval da presidencia!!!! ou náo?
VITOR
2019-10-16 10:17:05A Igreja Católica insiste em defender as idéias e toda a agenda da esquerda, inclusive esse ecoterrorismo ridículo, ignorante e anticientífico, além de se colocar publicamente contra o capitalismo. Não é à toa que os países mais atrasados da Europa, economicamente falando, são os católicos - e não é de hoje. Este papa atual é uma vergonha. Com esse tipo de postura, a Igreja Católica só vai perder mais e mais credibilidade e respeito. Ou eles acordam, ou...
AMELIA
2019-10-16 09:43:15a IGREJA NÃO ESTÁ PREOCUPADA COM O AVANÇO DOS EVANGELICOS! ESTE PAPA "ESQUERDOPATA" QUER MANTER INTACTOS OS RECURSOS MINERAIS DO SUB-SOLO DA AMAZONIA PARA OS JUDEUS BOLCHEVISTAS EXPLORAREM FUTURAMENTE !! QUE NOSSO EXERCITO FIQUE ATENTO A ESTES QUE SE AUTO INTITULAM EVANGELIZADORES MAS SÃO "ESPIOES" INFILTRADOS TAMBÉM NAS ONGs "ECO -EVANGELIZADORAS-INDIGENISTAS"! INDIO QUE PEDRAS PRECIOSAS PARA VENDÊ-LAS AOS JUDEUS !!!
Barros
2019-10-16 09:08:57Há muito não frequento mais a Igreja Católica. Tornou-se o antro do que de pior existe no esquerdismo.
Marcelo
2019-10-16 09:06:44Caros, já foram 12 apóstolos. Entretanto 12 verdadeiramente fiéis . A igreja católica deveria se preocupar com a fé e não agir como uma empresa em busca de um nicho de mercado.
CARLOS
2019-10-16 09:03:13A igreja católica perdeu adeptos por ter abandonado a classe média e se ligado aos esquerdistas. E vão perder muito mais com esse papa.
Fernando
2019-10-16 08:25:42CATOLICOS ESTAO ENVERGONHADOS COM POSIÇAO DO PAPA E CNBB....IGREJA PERDE CREDIBILIDADE...REVOLTA
Catilinário
2019-10-15 22:54:26C.A.R. A ala progressista, mais propriamente da Teologia da Libertação (agora eco-libertária) não está interessada na administração dis Sacramentos. Há declarações de missionários dessa ala da TL que não costumam nem batizar os indígenas contatados. E algins são só elogios à vida tribal e aos costumes ancestrais indígenas. São "tradicionalistas" da taba. Vários sites, revistas e jornais têm divulgado isto.