Entre os alvos da operação contra extorsão, um foragido da Lava Jato
O empresário José Carlos Lavouras é uma das pessoas que tiveram a prisão preventiva determinada pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas (foto), na Operação Armadeira, contra funcionários da Receita que extorquiam investigados na Lava Jato. Lavouras mora em Portugal, onde já foi preso em 2017, em cumprimento a...
O empresário José Carlos Lavouras é uma das pessoas que tiveram a prisão preventiva determinada pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas (foto), na Operação Armadeira, contra funcionários da Receita que extorquiam investigados na Lava Jato. Lavouras mora em Portugal, onde já foi preso em 2017, em cumprimento a outro mandado de Bretas. Mas a extradição não foi autorizada pelo Judiciário português.
Segundo o relato da decisão do juiz da 7ª Vara Federal, Lavouras negociou com um dos integrantes do grupo de fiscais e ex-fiscais da Receita o pagamento de 4 milhões de reais para evitar a autuação da Federação das Empresas de Transporte do Rio de Janeiro, a Fetranspor. A denúncia foi feita pelo ex-presidente da entidade, Lélis Teixeira. Lavouras foi presidente do conselho da Fetranspor por três décadas.
Lélis foi denunciado na Operação Ponto final, por pagamento de propina ao grupo do ex-governador Sérgio Cabral Filho, e condenado na Operação Cadeia Velha, que investigou suborno a deputados estaduais do Rio e seus assessores. A colaboração do ex-presidente da Fetranspor reforçou as denúncias feitas pelo empresário Ricardo Siqueira Rodrigues que deram origem às investigações da Armadeira, em novembro de 2018. E revelaram o papel de Marco Auréilio da Silva Canal, considerado o líder do esquema de extorsão.
Canal era supervisor da Equipe Especial de Programação da Lava Jato na Receita, onde cruzava dados obtidos pela operação a partir da quebra de sigilo de investigados com informações sobre contribuintes para indicar novas apurações. Apesar de reconhecerem que ele ocupava um "cargo com acesso a informações sensíveis e relevantes acerca das investigações da Operação Lava Jato", os procuradores que pediram a prisão de Canal informaram que ele não era relacionado aos trabalhos da força-tarefa da operação no Rio de Janeiro.
Além de determinar a prisão de Lavouras, Bretas determinou a inclusão do empresário no Sistema de Difusões Vermelhas da Interpol, para permitir a sua prisão no estrangeiro. A defesa de Lavouras informou por nota que "as acusações são irreais, sem sentido e baseadas em mentiras"
A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Corregedoria da Receita Federal recolheram como provas gravações ambientais, filmagens de reuniões e o comprovante bancário do pagamento de parte da propina.
O pagamento foi feito por Siqueira para uma conta em nome de um dos fiscais que tiveram a prisão decretada, Marcial Pereira de Souza, e sua mulher Mônica da Costa Monteiro, em um banco em Portugal. O repasse foi autorizado por Bretas como uma ação controlada, técnica de investigação prevista na Lei de Combate às Organizações Criminosas.
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Comentários (6)
Abrahao
2019-10-03 16:55:31Todos inocentes, logico...
Carlos
2019-10-03 15:54:14Esse Juiz tem o aplauso do cidadão honesto.
H. Romeu Pinto
2019-10-03 11:55:42Os contribuintes somos escravos de pulhas encastelados em Bsb e nessa maldita Receita Federal. CORRIGIR A TABELA DO IR NINGUÉM QUER... pilantras!!
Wagner
2019-10-02 23:47:33ué Antas ... a Receita do RJ não era uma maravilha e o JB um opressor dos coitados dos auditores ??? Mais uma que vcs levam na cabeça porque não sabem fazer uma análise 360° dos fatos
Heitor
2019-10-02 16:35:14Agora Portugal virou refúgio de criminoso? Ja tem pelo menos um par de corruptos gastando nosso dinheiro por lá .
Paulo
2019-10-02 13:33:41Quem foi chantageado deve ser agora mais bem investigado, porque se foi chantageado é porque tinha motivo.