Crusoé nº 393: Narcoterror
O Brasil encara sua maior chaga. E mais: A revolta dos 'patriotas' e Desserviço público
Não há assunto mais necessário e urgente no Brasil hoje que o combate ao crime organizado. Enquanto nossas autoridades falavam de bagagem de mão em aviões, escala 6X1 e COP30, facções e milícias submetiam bairros inteiros aos seus desígnios.
Resultado: um em cada cinco brasileiros vive sob a influência do tráfico ou da milícia, de acordo com o Datafolha. É um contingente de 31 milhões de pessoas que, se fosse um estado brasileiro, seria o segundo mais populoso, atrás apenas de São Paulo.
Se muitos brasileiros tratavam isso como um dado inescapável da realidade, a megaoperação Contenção da terça, 28, no Rio de Janeiro, expôs uma situação que dificilmente pode ser normalizada.
Nos territórios dominados pelo Comando Vermelho (CV), brasileiros vivem amedrontados atrás de barricadas. São obrigados a pagar pelos serviços fornecidos pelo crime organizado e ficam à mercê da lei dos criminosos, que praticam torturas e execuções.
Com a população das favelas cariocas dando apoio maciço à ação policial (87%), apesar das 121 mortes naquele dia, políticos avançaram com propostas para resolver o problema.
Dentre todas elas, uma das mais ventiladas foi a equiparação do crime organizado com o terrorismo, algo que foi batizado de "narcoterrorismo", dizem Duda Teixeira e Wilson Lima em "Narcoterror", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Outros destaques de Crusoé
Na matéria "A revolta dos ‘patriotas’", Wilson Lima conta como a entrada de Carlos Bolsonaro na disputa pelo Senado por Santa Catarina gerou cisão inédita no estado mais alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em "Desserviço público", Guilherme Resck mostra que o lobby do funcionalismo trava reforma administrativa, que poderia tornar máquina pública mais eficiente.
Colunistas
Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas.
Nesta edição, escrevem Wilson Pedroso (A operação no Rio e a lição de que algoritmo não muda opinião), Leonardo Barreto (Polarização 2.0 desafia Lula), Alexandre Borges (Zohran Mamdani, a face TikToker do velho terceiro-mundismo), Márcio Coimbra (Batalha assimétrica), Dennys Xavier (Contra a ética altruísta), Gustavo Nogy (Lô Borges e a esquina como licença poética), Roberto Ellery (Competição: uma “reforma administrativa” para o setor privado) e Rodolfo Borges (Treinadores do ressentimento).
Assine Crusoé e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)