Argentinos veem CV e PCC como "terrorismo urbano"
"Essas organizações constituem um risco para a segurança interna dos Estados", diz projeto do deputado Gerardo Milman
A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou em um programa de televisão que o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) serão considerados como organizações terroristas pelo país.
Com isso, o governo de Javier Milei tomará um passo que o de Lula se recusa a fazer: considerar esses grupos criminosos como terroristas.
Na Argentina, só falta a assinatura do Ministério de Relações Exteriores para a medida de Bullrich entrar em efeito.
Na Câmara dos Deputados, um projeto apresentado pelo deputado Gerardo Milman, que está em contato direto com a ministra, solicitou a inclusão do PCC e do CV na base de dados de entidades terroristas, o Repet (Registro Público de Pessoas e Entidades Vinculadas a atos de terrorismo).
A medida sobre o PCC e o CV é solicitada em função de "seu poderio militar, expansão territorial e pela ameaça que representam para a governabilidade regional".
"O confronto entre essas organizações e o Estado assume uma dinâmica quase bélica, com controle territorial, uso de drones e armamento pesado, o que permite classificá-las como entidades com características de terrorismo urbano ou crime organizado altamente perigoso", diz o projeto do deputado Milman, do Partido Pro.
"Dada a sua expansão internacional, a sua capacidade de financiamento através do tráfico de drogas e armas, extorsão e lavagem de dinheiro, e a sua conivência ou infiltração nos sistemas prisionais, essas organizações constituem um risco para a segurança interna dos Estados."
Cooperação internacional
Um dos objetivos de Milman é permitir a cooperação internacional para combater esses grupos.
"A sua inclusão no Registro [Repet] permitirá à Argentina contribuir para o esforço internacional de combate ao terrorismo e ao crime organizado transnacional, para a cooperação judicial e financeira e para o cumprimento das obrigações de transparência e congelamento de ativos", afirma o documento.
"A incorporação dessas organizações no Cadastro Público Nacional é, em nossa opinião, uma medida oportuna, simbólica e operacionalmente significativa para a política de segurança, a inteligência financeira e a cooperação internacional."
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