Os países que podem enviar soldados para Gaza
Prevista no plano de paz de Trump, a Força Internacional de Estabilização "apoiará e treinará as forças policiais palestinas, com apoio da Jordânia e do Egito"

O plano de paz do presidente Donald Trump que acabou com a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas estabelecia, em seu 15º ponto, que "os Estados Unidos trabalharão com parceiros árabes e internacionais para desenvolver uma Força Internacional de Estabilização (ISF, na sigla em inglês), que será implantada temporariamente em Gaza".
O item também afirma que "a ISF apoiará e treinará as forças policiais palestinas, com apoio da Jordânia e do Egito".
Enviar soldados para a Faixa de Gaza não é uma decisão fácil, uma vez que o Hamas (foto) tem ocupado as áreas que foram abandonadas pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).
O grupo terrorista mantém fuzis de assalto, pistolas e mísseis, que poderiam ser usados para atacar membros das ISF.
Contudo, alguns países já demonstraram disposição de oferecer ajuda, calculando o que podem ganhar com essa empreitada.
Enviar soldados em missões de paz pode ser uma forma de países conquistarem a confiança de Trump, receberem dividendos de países ricos no Golfo Pérsico, ganharem prestígio no mundo muçulmano ou projetar poder internacionalmente.
Indonésia
O presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, já afirmou que estaria disposto a enviar soldados para Gaza se a ONU autorizar a missão.
A Indonésia é o país com a maior população muçulmana do mundo, onde há muito apoio aos palestinos.
Ao enviar soldados, Subianto pode melhorar sua aprovação entre a própria população, além de ganhar a confiança dos Estados Unidos e de países árabes produtores de petróleo, principalmente da Arábia Saudita.
Turquia
O presidente da Turquia, Recep Tayyp Erdogan, há muito tem tentado expandir a influência de seu país, que é persa, no Oriente Médio, de maioria árabe.
Erdogan ainda sente uma nostalgia do Império Otomano, que era baseado em Istambul e dominava toda a região.
Em troca do oferecimento de soldados, ele pode ganhar acesso a armas avançadas, como os caças F-35, que não são detectados por radares.
Paquistão
O Paquistão é um país pobre e problemático, que precisa lidar com grupos terroristas, como a Al Qaeda e o Estado Islâmico.
Vale lembrar que líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, obteve refúgio no país por vários anos.
Enviar soldados para Gaza seria principalmente uma maneira de conseguir dinheiro de países ricos do Golfo Pérsico.
Azerbaijão
O Azerbaijão é governado por uma ditadura familiar muçulmana.
Em 2023, invadiu o enclave de Nagorno-Karabakh, expulsando a população de etnia armênia.
Uma de suas principais fontes de receitas é a reexportação de petróleo e gás natural da Rússia, que está sob sanções ocidentais.
Enviar soldados para Gaza seria uma forma de se prevenir contra represálias e aproximar-se do Ocidente.
Catar
Rico e pequeno, o país teme ataques da Arábia Saudita e do Irã.
Como maneira de se proteger, o Catar se esforça na diplomacia internacional, promovendo eventos esportivos (como a Copa do Mundo da Fifa), negociando acordos de paz pelo mundo e investindo em um canal internacional, a Al Jazeera.
Mandar tropas seria outra maneira de executar essa diplomacia.
Outros países que também estão em negociações com os Estados Unidos para participar da ISF são Egito, Itália e Emirados Árabes Unidos.
Leia em Crusoé: A paz de Trump
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