Vieira tenta reverter restrições "injustas e absurdas" dos EUA a Padilha
Ministro da Saúde tem circulação limitada em Nova York durante a Assembleia-Geral da ONU

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta sexta-feira, 19, que acionou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na tentativa de reverter as restrições impostas pelos Estados Unidos sobre o deslocamento do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (foto), em Nova York.
"Estamos através do secretário-geral da ONU e da presidente da Assembleia-Geral relatando o ocorrido. São restrições sem cabimento, injustas e absurdas, e nós estamos pedindo a interferência do secretário-geral junto ao país sede", disse Vieira, em entrevista coletiva em Brasília.
O governo Trump concedeu o visto ao ministro da Saúde na quinta, 18, para ele compor a delegação brasileira na Assembleia-Geral da ONU.
Apesar da autorização, Padilha só poderá circular entre o hotel onde estiver hospedado, a sede da ONU e representações diplomáticas brasileiras
Ele também terá a circulação limitada a uma área de até cinco blocos a partir do local de hospedagem.
Mais Médicos
Padilha teve a circulação limitada em Nova York porque era ministro da Saúde no governo de Dilma Rousseff, quando o programa Mais Médicos foi criado.
Em 2012, foi ele quem chefiou a delegação brasileira que foi para Havana discutir o esquema.
Na viagem, Padilha foi acompanhado por dois funcionários do governo brasileiro, que tiveram seus vistos americanos cancelados: Mozart Salles e Alberto Kleiman.
Antes de Padilha...
Em 2019, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, foi obrigado a obedecer a limites de circulação, assim como Padilha.
Zarif foi autorizado a caminhar por até seis quarteirões do prédio da ONU na ilha de Manhattan.
“Diplomatas americanos não circulam por Teerã, então não vemos razão para diplomatas iranianos circularem livremente pela cidade de Nova York”, disse o então secretário de Estado Mike Pompeo ao Washington Post, à época.
“O ministro das Relações Exteriores Zarif usa as liberdades dos Estados Unidos para vir aqui e espalhar propaganda maligna”, disse Pompeo.
A decisão foi tomada em resposta ao financiamento dado pelo Irã a grupos terroristas.
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