EUA vão reduzir verba militar para países na fronteira russa
EUA reduzirão assistência na fronteira russa e avaliam realocar tropas para outras regiões estratégicas de olho na China

Os EUA estão prestes a mudar a arquitetura do apoio militar da era pós-Guerra Fria. Fontes do Financial Times ligadas ao Pentágono indicam governo americano iniciou um processo de redução gradual da assistência militar a países europeus localizados na fronteira com a Rússia.
A medida que pressiona o continente a aumentar seu próprio financiamento em defesa. A decisão, comunicada pelo Pentágono a diplomatas europeus, atinge programas de treinamento e fornecimento de equipamentos mantidos sob a autoridade da chamada section 333, que responde por mais de 1 bilhão de dólares anuais em todo o mundo.
Entre 2018 e 2022, cerca de 1,6 bilhão de dólares, quase um terço do total, foi destinado à Europa, beneficiando principalmente Estônia, Letônia e Lituânia.
Os recursos aprovados estarão disponíveis até setembro de 2026, mas a administração Trump não solicitou novas verbas ao Congresso.
A Casa Branca afirma que a decisão está alinhada à diretriz de reavaliar e realinhar a ajuda externa, exigindo que os aliados europeus assumam mais responsabilidade por sua segurança.
O anúncio ocorre após o acordo de junho em que países da Otan aceitaram elevar seus orçamentos militares para 5% do PIB, sob forte pressão dos EUA.
Diplomatas europeus demonstraram surpresa e preocupação, avaliando o potencial impacto sobre a capacidade defensiva de Estados fronteiriços e sobre operações coordenadas pela própria aliança militar.
A medida também se insere em uma reorientação estratégica mais ampla. O chefe de política do Pentágono, Elbridge Colby, vem defendendo o deslocamento de recursos para a região do Indo-Pacífico, priorizando a dissuasão contra a China em um eventual conflito para invadir Taiwan.
Essa mudança já havia resultado na interrupção temporária de entregas de armamentos à Ucrânia, revertida posteriormente por ordem de Trump.
Ainda segundo o FT, outro alvo de incerteza é a Baltic Security Initiative, criada em 2020 para fortalecer as forças armadas dos três países bálticos.
Com 288 milhões de dólares aprovados no ano passado, o programa não recebeu solicitação de novos recursos no próximo orçamento.
A redução de apoio pode enfraquecer a capacidade desses países, que enfrentam ameaças híbridas atribuídas a Moscou, incluindo ataques cibernéticos e sabotagem de infraestrutura.
Enquanto revisa a presença militar global, a administração Trump também indicou intenção de diminuir o contingente de militares americanos no continente europeu.
A exceção, por enquanto, é a Polônia, que mantém cerca de 10 mil soldados em regime rotativo e pode receber mais tropas caso solicite, segundo o presidente.
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