Empresário de centro-direita lidera corrida presidencial na Bolívia
Samuel Doria Medina, com 18,7% das intenções de voto, ganha força com projeto liberal na economia

Levantamento Ipsos-Ciesmori divulgado na terça, 15, aponta o empresário Samuel Doria Medina, líder da coalização de centro-direita, como favorito na corrida presidencial da Bolívia.
Ele aparece com 18,7% das intenções de voto contra 18,1% do ex-presidente Jorge Quiroga, também opositor do atual governo de Luis Arce e do partido Movimento ao Socialismo (MAS).
Somente em terceiro lugar figura o presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, apoiado pelo partido governista, com 11,8%.
Já Eduardo del Castillo, também candidato pelo MAS, somou 2,3% das intenções.
A inelegibilidade do ex-presidente Evo Morales, cuja decisão foi confirmada pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), intensificou os protestos em todo o país.
Além disso, as propostas estatizantes do partido de Luis Arce, em meio a uma grave crise econômica, abrem espaço para candidaturas mais liberais.
A eleição está marcada para 17 de agosto.
Samuel Doria Medina
Doria Medina, de 66 anos, é considerado um dos homens mais ricos da Bolívia.
Ele construiu fortuna nos setores de cimento, construções, hotelarias e até franquias de fast-foods, entre elas o Burguer King e Subway.
Segundo a Bloomberg, o empresário vendeu sua participação no setor de cimento por cerca de US$ 300 milhões.
Caso seja eleito, Doria Medina prometeu romper com modelo econômico estatista do MAS.
"O mais importante será recuperar a estabilidade econômica e sair do estatismo", disse à AFP.
Entre suas primeiras medidas, ele deseja eliminar os subsídios aos combusítiveis.
Com isso, mantém servas em dólares na Bolívia.
Além disso, Doria Medina indicou a intenção de fechar as empresas públicas deficitárias do país.
Dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) apontam que o déficit público da Bolívia ultrapassou 10% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a dívida pública girava em torno de 92%.
Morales impedido
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia confirmou a participação de dez candidatos nas eleições presidenciais marcadas para 17 de agosto, sem a presença de Morales.
O presidente do TSE, Óscar Hassenteufel, garantiu que as eleições ocorrerão normalmente, apesar da tentativa de apoiadores do ex-presidente de inviabilizar o pleito.
As eleições de agosto também definirão a composição do Congresso boliviano de 2025 a 2030.
Em maio, o TSE já havia negado a tentativa do cocalero de sair candidato.
Ele tentou registrar sua candidatura através do Partido de Ação Nacional Boliviano (Pan-Bol), sigla sem status legal desde o início do mês, após não alcançar 3% dos votos na eleição de 2020.
Apesar da negativa, o ex-presidente fez uma convocação para uma “Grande Reunião Nacional” contra a alegada judicialização da política e a “criminalização do protesto social”.
Os cocaleros bloquearam vias de Cochabamba, reduto de Morales, e de outras regiões do país.
Leia mais: Apoiadores de Morales protestam contra decisão do Tribunal Eleitoral
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Comentários (1)
MARCOS
2025-07-16 20:10:54SE SEGUIR A CARTILHA DO MILEI VAI DAR CERTO.