Crusoé
10.07.2025 Fazer Login Assinar
Crusoé
Crusoé
Fazer Login
  • Acervo
  • Edição diária
Edição Semanal
Pesquisar
crusoe

X

  • Olá! Fazer login
Pesquisar
  • Acervo
  • Edição diária
  • Edição Semanal
    • Entrevistas
    • O Caminho do Dinheiro
    • Ilha de Cultura
    • Leitura de Jogo
    • Crônica
    • Colunistas
    • Assine já
      • Princípios editoriais
      • Central de ajuda ao assinante
      • Política de privacidade
      • Termos de uso
      • Política de Cookies
      • Código de conduta
      • Política de compliance
      • Baixe o APP Crusoé
    E siga a Crusoé nas redes
    Facebook Twitter Instagram
    Diários

    O poder dos palavrões ao redor do mundo 

    Xingar é uma prática presente em todas as culturas, mas os temas e os limites variam de forma surpreendente

    avatar
    José Inácio Pilar
    4 minutos de leitura 09.07.2025 09:12 comentários 2
    Imagem: IA por José Inácio Pilar
    • Whastapp
    • Facebook
    • Twitter
    • COMPARTILHAR

    Outro dia, lendo uma antiga reportagem de 2015 do jornalista James Harbeck, da BBC, fiquei fascinado pelo seu tema universal, embora frequentemente marginalizado: os palavrões.

    Com base em estudos linguísticos, observações antropológicas e exemplos culturais, ele mostra como a linguagem ofensiva é uma expressão profundamente humana — e variada — com raízes que vão muito além do mero vocabulário vulgar.

    O texto destaca que xingar é uma prática presente em todas as culturas, mas os temas e os limites variam de forma surpreendente. O linguista Steven Pinker, citado na matéria, organiza o uso dos palavrões em cinco funções distintas: descritiva, idiomática, abusiva, enfática e catártica.

    Isso ajuda a entender por que xingar não é apenas "falar feio", mas sim um instrumento de expressão emocional, muitas vezes com implicações sociais e culturais.

    No mundo ocidental, especialmente nas línguas de origem latina e eslava, os xingamentos e palavrões frequentemente recorrem à sexualidade — principalmente à figura da mãe e à prostituição.

    Expressões como “f... sua mãe” não são apenas insultos: elas tocam estruturas patriarcais e familiares profundamente enraizadas. Nessas culturas, a família estendida tem forte presença, o que explica por que xingamentos podem incluir o avô, os ancestrais ou toda a árvore genealógica.

    Já na Finlândia, sob influência histórica do cristianismo luterano, os insultos mais pesados envolvem referências religiosas. Palavras como saatana (Satanás) e helvetti (Inferno) são mais impactantes do que insultos sexuais.

    Essa herança linguística remonta à atuação de missionários e ao rígido controle moral imposto pela Igreja na região. O mesmo padrão pode ser visto em outros países nórdicos e até nos de língua inglesa, onde no passado se evitava referências diretas ao corpo de Cristo, como God’s wounds, que evoluiu para zounds.

    Outra observação muito interessante é o uso da doença, um tema bastante delicado e controverso, como fonte de xingamento. Em línguas germânicas, como o holandês, termos como kanker (câncer) e tifo (tifoide) são alguns dos mais ofensivos possíveis.

    O mesmo ocorre no polonês (cholera) e no tailandês, onde desejar uma doença grave a alguém é uma forma bastante enfática de insulto. Esses exemplos revelam como a linguagem ofensiva pode refletir medos sociais profundos — da morte, da dor, do castigo divino. 

    Outros idiomas utilizam transformações gramaticais para criar ofensas. No luganda, falado em Uganda, um prefixo pode transformar uma palavra comum em um xingamento.  

    No japonês, basta escolher a forma errada de se referir a alguém, especialmente usando termos inapropriados para “você”, para gerar uma ofensa séria. 

    Nem todo tabu é palavrão, lembra a BBC. Termos discriminatórios, como aqueles baseados em raça, deficiência ou orientação sexual, carregam peso ofensivo mesmo fora do contexto de um xingamento explícito.  

    Já expressões vulgares envolvendo genitália, embora comuns, variam em seu grau de aceitação: na China e na Rússia, por exemplo, referir-se ao órgão sexual feminino é uma forma usual de extravasar raiva; nas Filipinas, há até expressões envolvendo a “vagina da mãe” ditas quase com naturalidade, entre amigos. 

    Curiosamente, em culturas onde a higiene é um valor histórico, como na rota Inglaterra-França-Alemanha, palavrões relacionados a fezes são mais impactantes. Mas mesmo aqui há exceções: o termo skit (fezes) em sueco é usado com mais leveza. 

    Ao final, a reportagem sugere que, se a linguagem cotidiana é o solo onde crescemos, os palavrões seriam os vulcões — intensos, perigosos, mas reveladores. Eles mostram não só o que é proibido em uma cultura, mas também o que é sagrado, temido ou valorizado.  

    Ao estudar os palavrões, entendemos melhor o que é ser humano em diferentes partes do mundo e como o uso do palavrão, ao mesmo tempo, nos aproxima no sentimento de explosão emocional, mas afasta, seja pelas peculiaridades locais, seja, é claro, pelo palavrão em si, algo que quem ouve nunca gosta!

    Diários

    Tribunal da Coreia do Sul emite mandado de prisão contra ex-presidente

    Crusoé Visualizar

    As novas cartinhas com 'tarifaço' de Trump

    Crusoé Visualizar

    Em visita a Leão XIV, Zelensky reforça proposta por reunião de paz no Vaticano

    Crusoé Visualizar

    Polícia invade sede do partido de Marine Le Pen na França

    Crusoé Visualizar

    EUA impõem sanção a espião norte-coreano por recrutar falsos profissionais de TI

    Crusoé Visualizar

    Maioria é contra aumento do IOF, aponta pesquisa

    Crusoé Visualizar

    Mais Lidas

    A persistência do patrimonialismo

    A persistência do patrimonialismo

    Visualizar notícia
    A principal ameaça à democracia no Brasil, segundo os brasileiros

    A principal ameaça à democracia no Brasil, segundo os brasileiros

    Visualizar notícia
    A tentação do realismo

    A tentação do realismo

    Visualizar notícia
    As novas cartinhas com 'tarifaço' de Trump

    As novas cartinhas com 'tarifaço' de Trump

    Visualizar notícia
    Em visita a Leão XIV, Zelensky reforça proposta por reunião de paz no Vaticano

    Em visita a Leão XIV, Zelensky reforça proposta por reunião de paz no Vaticano

    Visualizar notícia
    Estudo revela 6 traços do que é ser 'cool' - e não é só carisma

    Estudo revela 6 traços do que é ser 'cool' - e não é só carisma

    Visualizar notícia
    Maioria é contra aumento do IOF, aponta pesquisa

    Maioria é contra aumento do IOF, aponta pesquisa

    Visualizar notícia
    Milei, Trump, Lula e o xadrez no Atlântico Sul

    Milei, Trump, Lula e o xadrez no Atlântico Sul

    Visualizar notícia
    Moro segue favorito no Paraná, indica pesquisa

    Moro segue favorito no Paraná, indica pesquisa

    Visualizar notícia
    O poder dos palavrões ao redor do mundo 

    O poder dos palavrões ao redor do mundo 

    Visualizar notícia

    Tags relacionadas

    cultura

    diferenças culturais

    ofensas

    sociedade

    xingamento

    < Notícia Anterior

    EUA impõem sanção a espião norte-coreano por recrutar falsos profissionais de TI

    08.07.2025 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar
    Próxima notícia >

    Polícia invade sede do partido de Marine Le Pen na França

    09.07.2025 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar
    author

    José Inácio Pilar

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (2)

    Eliane ☆

    2025-07-09 15:58:48

    Quando você bate o dedinho do pé ,dá uma vontade de falar um palavrão,né. Mas eu não falo, dou risada na maioria das vezes; se eu não acordo de "pá virada ".Prefiro falar paralelepípedo. Eu lembrei da "primeira dama "... Sei lá,entende ?


    Liana

    2025-07-09 13:18:29

    Muito interessante! Adorei!


    Torne-se um assinante para comentar

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (2)

    Eliane ☆

    2025-07-09 15:58:48

    Quando você bate o dedinho do pé ,dá uma vontade de falar um palavrão,né. Mas eu não falo, dou risada na maioria das vezes; se eu não acordo de "pá virada ".Prefiro falar paralelepípedo. Eu lembrei da "primeira dama "... Sei lá,entende ?


    Liana

    2025-07-09 13:18:29

    Muito interessante! Adorei!



    Notícias relacionadas

    Tribunal da Coreia do Sul emite mandado de prisão contra ex-presidente

    Tribunal da Coreia do Sul emite mandado de prisão contra ex-presidente

    Crusoé
    09.07.2025 16:08 2 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    As novas cartinhas com 'tarifaço' de Trump

    As novas cartinhas com 'tarifaço' de Trump

    Crusoé
    09.07.2025 14:41 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Em visita a Leão XIV, Zelensky reforça proposta por reunião de paz no Vaticano

    Em visita a Leão XIV, Zelensky reforça proposta por reunião de paz no Vaticano

    Crusoé
    09.07.2025 14:11 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Polícia invade sede do partido de Marine Le Pen na França

    Polícia invade sede do partido de Marine Le Pen na França

    Crusoé
    09.07.2025 10:00 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Crusoé
    o antagonista
    Facebook Twitter Instagram

    Acervo Edição diária Edição Semanal

    Redação SP

    Av Paulista, 777 4º andar cj 41
    Bela Vista, São Paulo-SP
    CEP: 01311-914

    Redação Brasília

    SAFS Quadra 02, Bloco 1,
    Ed. Alvoran Asa Sul. — Brasília (DF).
    CEP 70070-600

    Acervo Edição diária

    Edição Semanal

    Facebook Twitter Instagram

    Assine nossa newsletter

    Inscreva-se e receba o conteúdo de Crusoé em primeira mão

    Crusoé, 2025,
    Todos os direitos reservados
    Com inteligência e tecnologia:
    Object1ve - Marketing Solution
    Princípios Editoriais Assine Política de privacidade Termos de uso