O Voa Brasil não existe
Programa do governo que prometia descontos em passagens não emplaca nem como agregador de bilhetes baratos

Com quase um ano de existência, o programa Voa Brasil, que prevê a oferta de passagens aéreas com preço inferior a 200 reais para determinados segmentos da sociedade, não emplacou.
Anunciado em março de 2023 pelo ex-ministro Márcio França, o projeto começou disponibilizando 3 milhões de bilhetes para aposentados que nunca viajaram ou não tenham viajado nos últimos 12 meses, mas só conseguiu vender 41.165 de julho de 2024 a maio de 2025, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos.
O volume comercializado corresponde a 1,37% dos assentos.
Venda de bilhetes em queda
A venda de bilhetes via programa Voa Brasil caiu de 5.308 em janeiro para 2.604 em maio. O percentual representa uma queda de 17% em relação aos números de abril.
Devido a problemas técnicos no sistema, a Gol vendeu apenas dez passagens pelo Voa Brasil, informou O Globo.
A Latam, companhia aérea que mais tem reservas pelo programa, vendeu 1.851, enquanto a Azul vendeu 743.
Sem recursos públicos, o Voa Brasil funciona como um agregador de bilhetes baratos e conta com a parceria das empresas aéreas para disponibilizar as vagas ociosas nos voos.
Segundo o jornal, o Ministério de Portos e Aeroportos, de Silvio Costa Filho (à direita na foto), planeja estender o programa aos alunos do Programa Universidade para Todos (Prouni) quando receber os dados do MEC.
O que Lula está comemorando?
Apesar do fracasso do Voa Brasil, Lula celebrou na semana passada o recorde de passageiros nos aeroportos do país entre janeiro e maio de 2025.
"O Brasil bateu mais um recorde. Entre janeiro e maio deste ano, mais de 51 milhões de passageiros circularam pelos aeroportos do país, o melhor resultado da série histórica para esse período.
Tivemos um crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado, o que mostra a retomada do setor e a força da nossa economia", escreveu o petista no X sem mencionar o programa de oferta de passagens aéreas.
Leia mais: Voa Brasil não decola e vende menos de 1% das passagens
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