O único acordo em Istambul
Troca de mais de mil prisioneiros foi acordada entre Ucrânia e Rússia em reunião sem Vladimir Putin

Representantes ucranianos e russos estiveram reunidos em Istambul, na Turquia, para negociações de paz nesta sexta, 16.
O encontro, cercado de expectativas, contou com os principais negociadores da Ucrânia e o presidente Volodymyr Zelensky.
Do lado russo, porém, o ditador Vladimir Putin enviou apenas o seu "terceiro escalão".
Ele não foi pessoalmente.
Apesar da frustração do lado ucraniano, os países firmaram um acordo para liberar mais de 1000 prisioneiros.
"No geral, estamos satisfeitos com o resultado e prontos para continuar os contatos. Nos próximos dias, ocorrerá uma troca em massa de 1.000 prisioneiros por 1.000", afirmou o chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky.
Medinsky também disse que a Ucrânia pediu a participação do alto escalão de Moscou nas próximas rodadas de conversas.
Condições de Putin
Durante a reunião, Moscou apresentou exigências consideradas inaceitáveis por Kiev.
A delegação russa insistiu na retirada das tropas ucranianas de quatro regiões ocupadas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Kiev rejeitou o pedido.
Além disso, o Kremlin exigiu que a Ucrânia desistisse de ingressar na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e que a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, seja considerada internacionalmente um território russo.
"Se Putin não tivesse medo..."
Em publicação no X, Zelensky disse que estava pronto para se encontrar pessoalmente com Putin na Turquia.
"Esta semana, tivemos uma chance real de avançar para o fim da guerra — se Putin não tivesse tido medo de vir à Turquia. Eu estava lá, pronto para uma reunião direta com ele para resolver todas as questões-chave. Ele não concordou com nada", escreveu.
Para Zelensky, a prioridade da Ucrânia é o cessar-fogo incondicional e "total" para "interromper a matança".
No entanto, ele criticou o nível da delegação russa presente nas negociações.
"Todos perceberam que a delegação russa em Istambul era de nível muito baixo. Nenhum deles era realmente alguém que tomasse decisões na Rússia. Mesmo assim, enviei nossa equipe, liderada pelo Ministro da Defesa da Ucrânia, para pelo menos descobrir se aqueles russos realmente tinham condições de decidir alguma coisa", acrescentou Zelensky.
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