Vice de Trump dá ultimato a Ucrânia e Rússia
"É hora de eles dizerem sim ou de os Estados Unidos abandonarem esse processo", disse JD Vance em visita à Índia

O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, deu nesta quarta-feira, 23, um ultimato a Ucrânia e Rússia sobre a proposta de paz apresentada pelo governo de Donald Trump.
"É hora de eles dizerem sim ou de os Estados Unidos abandonarem esse processo", disse o vice de Trump em uma visita à Índia.
"As linhas atuais, em algum lugar próximo a elas, é onde você, em última análise, acho, vai traçar as novas linhas do conflito", acrescentou após terminar um passeio pelo Taj Mahal.
Na sexta-feira, 17, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, sinalizou que Trump avalia se “é ou não viável” acabar com a guerra na Ucrânia.
A Ucrânia não está disposta a se render
Apesar da pressão americana, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, reafirmou que seu país está pronto para negociar com os EUA, mas não está disposto a se render.
"Enquanto a delegação da Ucrânia se reúne com parceiros em Londres hoje, reafirmamos uma posição de princípios: a Ucrânia está pronta para negociar, mas não para se render.
Não haverá acordo que dê à Rússia as bases mais sólidas necessárias para se reagrupar e retornar com mais violência. Um cessar-fogo total — em terra, no ar e no mar — é o primeiro passo necessário. Se a Rússia optar por uma pausa limitada, a Ucrânia responderá na mesma moeda.
Nosso povo não aceitará um conflito congelado disfarçado de paz. Jamais reconheceremos a ocupação da Crimeia. E se a adesão à Otan não for concedida, a Ucrânia precisará de garantias de segurança vinculativas — fortes o suficiente para dissuadir futuras agressões e claras o suficiente para assegurar uma paz duradoura", escreveu Svyrydenko no X.
A anexação da Crimeia
O Financial Times publicou na terça, 22, que ditador russo Vladimir Putin aceitaria negociar o fim da ofensiva contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, desde que os EUA concordassem com algumas condições. Entre as quais, a anexação oficial da Crimeia, península ucraniana, pela Rússia.
Em proposta feita durante reunião com Steve Witkoff, enviado especial do presidente dos Estados Unidos, em São Petersburgo, consta que Putin abriria mão do controle sobre quatro regiões da linha de frente da Ucrânia – Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia –, desde que os EUA fizessem concessões a Moscou: o reconhecimento do domínio russo sobre a Crimeia e a interdição da entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
De acordo com o jornal britânico, este seria o primeiro e mais claro sinal de que Vladimir Putin aceitaria o cessar-fogo definitivo. A previsão é de que qualquer acordo – ou desacordo – será resolvido até 31 de abril.
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