Obama apoia Harvard na resistência a Trump
"Esperemos que outras instituições sigam o exemplo", afirmou o ex-presidente, que estudou economia e direito em Harvard

O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (foto), publicou uma mensagem na rede X defendendo a decisão da Universidade Harvard de resistir às ordens do presidente Donald Trump.
"Harvard deu o exemplo para outras instituições de ensino superior – rejeitando uma tentativa ilegal e desajeitada de reprimir a liberdade acadêmica, ao mesmo tempo em que toma medidas concretas para garantir que todos os alunos de Harvard possam se beneficiar de um ambiente de investigação intelectual, debate rigoroso e respeito mútuo. Esperemos que outras instituições sigam o exemplo", escreveu Obama, que foi aluno de Harvard.
Obama também compartilhou uma mensagem do reitor de Harvard, Alan Garber, divulgada nesta segunda, 14.
"Por três quartos de século, o governo federal concedeu bolsas e contratos a Harvard e outras universidades para ajudar a custear obras que, juntamente com investimentos das próprias universidades, levaram a inovações revolucionárias em uma ampla gama de áreas médicas, de engenharia e científicas. Essas inovações tornaram inúmeras pessoas em nosso país e em todo o mundo mais saudáveis e seguras. Nas últimas semanas, o governo federal ameaçou suas parcerias com diversas universidades, incluindo Harvard, devido a acusações de antissemitismo em nossos campi. Essas parcerias estão entre as mais produtivas e benéficas da história americana. Novas fronteiras nos acenam com a perspectiva de avanços transformadores — de tratamentos para doenças como Alzheimer, Parkinson e diabetes, a avanços em inteligência artificial, ciência e engenharia quântica e inúmeras outras áreas de potencial. Se o governo recuar nessas parcerias, agora estará colocando em risco não apenas a saúde e o bem-estar de milhões de indivíduos, mas também a segurança econômica e a vitalidade de nossa nação", escreveu Garber.
"Na noite de sexta-feira, o governo divulgou uma lista atualizada e ampliada de exigências, alertando que Harvard deve cumprir se pretendemos 'manter [nossa] relação financeira com o governo federal'. Deixa claro que a intenção não é trabalhar conosco para combater o antissemitismo de forma cooperativa e construtiva. Embora algumas das exigências delineadas pelo governo visem combater o antissemitismo, a maioria representa uma regulamentação governamental direta das 'condições intelectuais' em Harvard", escreve o reitor.
Para o reitor de Harvard, a carta de Trump dirigida à universidade ameaça a liberdade acadêmica ao pedir uma auditoria dos pontos de vista dos estudantes, dos professores e dos funcionários para "reduzir o poder" daqueles com um certo ponto de vista ideológico.
Garber também afirma que, sendo uma universidade privada, Harvard não pode permitir essa interferência política.
"Nenhum governo — independentemente do partido no poder — deve ditar o que as universidades privadas podem ensinar, quem elas podem admitir e contratar e quais áreas de estudo e pesquisa elas podem seguir", diz o texto do reitor, que foi compartilhado por Obama.
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