Por que os turcos foram às ruas contra Erdogan?
Milhares de manifestantes protestam contra detenção de principal rival político do presidente turco

A Polícia turca prendeu Ekrem Imamoglu, prefeito de Istambul e principal rival político do presidente Recep Tayyip Erdogan, às vésperas das eleições municipais.
O opositor é acusado de corrupção e de auxiliar o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo terrorista por Ancara.
A detenção de Imamoglu gerou uma onda de protestos em Istambul, levando milhares de turcos irem às ruas.
O Partido Popular Republicano (CHP, na sigla em turco) afirmou que o prefeito está sendo vítima de uma perseguição política.
"A Turquia está passando por um golpe contra o próximo presidente. Estamos enfrentando uma tentativa de golpe aqui", disse Ogur Ozel, líder do CHP.
Para conter os protestos, o governo local proibiu qualquer manifestação até o domingo, 23.
Além disso, várias estradas foram fechadas para impedir a locomoção da população.
Perseguição
Imamoglu ocupa atualmente o cargo de presidente da Câmara de Istambul, sendo considerado o principal rival de Erdogan, que está há 22 anos no poder.
Nas mais recentes pesquisas de opinião, o opositor aparece à frente do atual presidente para ocupar o cargo mais alto da Turquia.
Nos últimos dias, porém, o governo turco adotou medidas para impedir a participação de Imamoglu nas eleições presidenciais de 2028.
Além das acusações de suborno e apoio ao PKK, a Universidade de Istambul revogou o seu diploma de bacharelato do prefeito.
Segundo a lei turca, este é um dos pré-requisitos para concorrer às eleições presidenciais.
Resposta do governo
O ministro da Justiça, Yilmaz Tunc, rebateu as acusações sobre as alegadas perseguições do governo a Imamoglu.
Segundo Tunc, o sistema judiciário é independente.
"Caracterizar as investigações levadas a cabo por um sistema judicial imparcial e independente como algo semelhante a um golpe de Estado ou utilizar termos semelhantes é extremamente perigoso e incorreto", afirmou.
Europa
Em meio à crise política, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou preocupação com a detenção de Imamoglu.
Segundo Ursula, os turcos devem defender os valores democráticos.
"A Turquia é um país candidato à UE e deve defender os valores democráticos, especialmente os direitos dos funcionários eleitos", disse.
Além disso, a presidente da Comissão Europeia reiterou o desejo de que a Turquia se mantenha ligada ao continente europeu.
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Comentários (1)
MARCOS
2025-03-20 17:47:07PORQUÊ A REVISTA CHAMA ERDOGAN DE PRESIDENTE???? ELE É UM DITADOR IGUAL AO MADURO E PUTIN E OUTROS.