Evangélicos usam nome de arcebispo para pedir isenção de doações ao exterior
Líderes evangélicos usaram o nome do cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, para tentar convencer o presidente Jair Bolsonaro a isentar de impostos as doações para outros países, inclusive paraísos fiscais. A reivindicação foi feita em um encontro com o presidente na manhã de quarta-feira, 7, no Palácio do Planalto. A...
Líderes evangélicos usaram o nome do cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, para tentar convencer o presidente Jair Bolsonaro a isentar de impostos as doações para outros países, inclusive paraísos fiscais. A reivindicação foi feita em um encontro com o presidente na manhã de quarta-feira, 7, no Palácio do Planalto. A arquidiocese do Rio de Janeiro nega interesse no benefício ou que Dom Orani tenha pedido para dizer que apoia a isenção.
Estiveram na audiência com Bolsonaro o pastor Fábio Rodrigues, contador de diversas denominações evangélicas; o deputado Sóstenes Cavalcante (foto), vice-líder do DEM na Câmara; e o secretário especial da Receita, Marcos Cintra.
Cavalcante é o principal aliado na Câmara do pastor Silas Malafaia, que intermediou o encontro com Bolsonaro. O nome de Rodrigues não é mencionado na agenda oficial do presidente da quarta-feira. O Palácio do Planalto não informou o motivo da omissão.
Na conversa, tanto Sóstenes quanto Rodrigues recorreram ao nome do cardeal para pedir ao presidente que mude um entendimento da Receita. Os dois querem derrubar a determinação de que doações para fora do Brasil têm de pagar Imposto de Renda de 15%. A alíquota chega a 25% quando o beneficiário for residente ou domiciliado em país com "tributação favorecida", expressão que denomina os paraísos fiscais.
Segundo relatos, Bolsonaro teria prometido consultar as áreas econômica e jurídica do governo para avaliar se seria possível mudar o entendimento. A Crusoé, o secretário da Receita confirmou que os evangélicos fizeram o pedido ao presidente em nome deles e de Dom Orani. E informou que uma possível mudança na regra de tributação de doações ainda está “em estudo”.
O arcebispo, por sua vez, nega que tenha autorizado os líderes evangélicos a usarem seu nome para pedir a mudança a Bolsonaro. “A Arquidiocese do Rio não faz remessas de dinheiro ao exterior”, declarou Dom Orani, por meio da assessoria.
O cardeal reconhece, no entanto, que teve um encontro há algumas semanas com o bispo Abner Ferreira, da Assembleia de Deus Ministério Madureira, que queria “entender como funcionam as questões tributárias na Igreja Católica”. A reunião, de acordo com a arquidiocese, foi a pedido do bispo evangélico.
Segundo relatos de aliados de Ferreira, o bispo da Assembleia de Deus de Madureira também apresentou a Dom Orani o pastor Fábio Rodrigues, que esteve com Bolsonaro.
A mudança no entendimento da Receita sobre tributação de doações também foi tratada, na mesma quarta-feira, 7, no almoço que Bolsonaro teve com lideranças evangélicas. O encontro foi na mansão do presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Silas Câmara, do PRB, em Brasília. O pastor Rodrigues estava presente.
A interpretação do Fisco que os evangélicos querem derrubar foi publicada no Diário Oficial da União em 31 de dezembro do ano passado, último dia do governo Michel Temer.
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Comentários (10)
TANIA
2019-08-11 12:29:50Muitas “coincidências” e pouca coisa negada. Uma excrescência. O único estudo aceitável seria da tarifação das igrejas e não o contrário. Vejo no meu bairro todo tipo de lojinha fechando e novos templos surgindo. Isso passa longe do acaso.
Godart
2019-08-11 12:26:44Retirar imposto para enviar doações para paraísos fiscais ?!
Capitão Verdade
2019-08-10 18:30:03Vem aí mais um bode na sala trazido pelo trapaceiro, medíocre e oportunista que se aproveitou das circunstâncias para chegar onde jamais poderia chegar por suas próprias credenciais. Só fala bobagens e indignidades, cultiva inimigos, trai apoiadores, faz tudo o que prometeu NÃO fazer e coloca o Brasil como CAPACHO dos USA (depois de dizer que não aceitaria “reprimendas” de outros países como outrora). Mas 2022 vai chegar e com ele, MORO PRESIDENTE. A que preço...
MarcoA
2019-08-10 16:23:20Adoradores do capitáo quietos por aqui???!! exsiem pontos em comum entáo,,,essa ligáçao com oas "pastores???!!! MEEEE,MEEEEE"incomoda todos que pensam...(indenpendente de ideologia) Ufa ,finalmente acho que náo serei taxado de COMUNISTA!!!
Sirlei Oda
2019-08-10 15:08:10Os milionários bispos evangélicos precisam mesmo mandar pra paraísos fiscais as fortunas que seus fiéis ofertam.Vendem de tudo,lógico,ungido de lamparina a raio laser,que o digam,Valdemiro,Edir,RR Soares,Silas e outros.O que vemos dentro das "igrejas" é a corrupção velada de mamando à caducando.
Jorge
2019-08-10 07:49:51As igrejas evangélicas passam a impressão de terem se transformados em templos de lavagem de dinheiro. Pedidos como esse só reforçam esta imagem. Deveriam ser tratadas como qualquer empresa sem direito a nenhuma imunidade. Ainda haverá um governo destemido e justo a tomar esta medida.
Sillvia2
2019-08-10 01:21:43Isso lavagem de dinheiro oficial e patrocinada.
LuisR
2019-08-09 22:01:58Máfia antiga, conhecida. Doação de igreja para o exterior🤔🤔. Se é prá ajudar as pessoas com sua "generosidade", deixa no Brasil onde há tantos necessitados, ou ao contrário, é pro pastor-mor comprar mansão, jatinho, lancha, etc? Como o caso bem conhecido pra quem JB deu até passaporte diplomático? Mais dois motivos pra NUNCA MAIS votar JB... nem na esquerda, lógico!!
Luiz
2019-08-09 20:10:34O que não se pode e deixar denominações evangélicas virarem lavanderia de dinheiro ilícito , e continuarmos a ver pastores milionários fazendo escárnio com a Boa fé de pessoas humildes, e ainda terem passaporte livre pra mandar dinheiro a paraíso fiscal sem fiscalização.
Sandro
2019-08-09 20:07:09Toda a doação tem q ser usada no local que doou