Governo transitório na Síria acaba em 1º de março
Mohammed Al-Bashir, o primeiro-ministro do governo de transição, participou de uma reunião com ex-integrante do governo de Assad
O primeiro-ministro nomeado pelo grupo terrorista HTS, Mohammed al-Bashir, anunciou que o governo de transição na Síria durará até 1º de março de 2025.
"Essa ordem foi do Comando Geral. Fomos incumbidos de dirigir o governo sírio até 1º de março de 2025", afirmou Bashir em comunicado televisionado pelo canal saudita Al Arabiya.
Segundo a TV estatal síria, houve uma reunião do Conselho de Ministros para definir os poderes do próximo governo.
Além de Bashir, esteve presente o antigo primeiro-ministro sírio, Mohamed Ghazi Al Jalali, para troca de informações sobre as pastas.
O currículo de Bashir
Responsável pela transição, Bashir é diplomado em engenharia eletrônica pela Universidade de Aleppo.
Antes do início da guerra civil, ele completou um curso de inglês avançado do Ministério da Educação da Síria.
No ano de 2011, Bashir chefiou o departamento de instrumentos de precisão da Syria Gas Company.
Desde o cessar-fogo anunciado em 2016, a província de Idlib ficou sob os domínios do HTS.
Em 2021, Bashir formou-se em lei islâmica (Sharia) e se juntou aos terroristas.
O engenheiro integrou o Ministério do Desenvolvimento e Assuntos Humanitários na província de Idlib.
Nesse período, Bashir trabalhou na modernização desta região devastada pela guerra contra o regime de Assad.
Governo de Salvação
Em janeiro deste ano, Bashir foi nomeado por um conselho religioso para ser o primeiro-ministro do Governo de Salvação, em regiões no noroeste da Síria.
O papel do engenheiro era ajudar pessoas que se encontravam fora do controle de Dasmaco, até então sob domínio de Assad.
Após a tomada de Aleppo por parte do HTS, o engenheiro supervisionou a reabertura de escritórios governamentais.
Bashir elogiou integrantes do governo que decidiram continuar trabalhando em suas funções, mesmo após o HTS anunciar a tomada da província.
Anistia a presos
Em fevereiro de 2023, manifestantes foram às ruas de Idlib protestar contra o HTS pedindo a queda do líder Al Jolani.
A população reivindicava o fim de violações dos direitos humanos nas prisões, novas reformas econômicas e oposição de outros grupos radicais ao HTS.
Como resposta, a organização terrorista atacou os manifestantes com gás lacrimogênio e cassetetes.
Para agradar a população, Bashir teve o papel de conceder anistia a presos, que, segundo o HTS, demonstraram boas condutas.
A Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria denunciou o HTS por uma série de perseguições a opositores e partidos políticos, incluindo tortura a crianças e mulheres.
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