Terroristas islâmicos estão a duas horas de carro de Damasco
Grupo jihadista Tahrir al-Sham (HTS) tomou controle da província de Hama, que fica a 219 km da capital síria
O grupo terrorista Tahrir al-Sham (HTS) tomou o controle da estratégica província de Hama, a 219km de Damasco, após militares do Exercito da Síria retirarem suas tropas nesta quinta, 5.
A distância entre as cidades representa, segundo Google Maps, que os jihadistas estão a duas horas de carro da capital síria, na qual vivem 2,5 milhões de pessoas.
A primeira medida do HTS na cidade foi a libertação de presos.
O avanço a Hama, depois da conquistarem Aleppo, abre caminho para uma batalha em Homs, a cidade mais ao sul que liga Aleppo a Damasco.
Nas redes sociais, já há registros de vídeos em que milhares de civis estão abandonando Homs, após a queda de Hama.
Segundo o Observatório Sírio, mais de 720 pessoas já foram mortas, incluíndo 111 civis, desde o recrudescimento do conflito.
Janela de oportunidade
Desde 28 de novembro, o grupo terrorista HTS, cuja forte característica é a organização militar, observou o momento desfavorável para Rússia e Irã no suporte ao regime de Assad.
A ditadura de Putin concentra esforços na guerra contra a Ucrânia, enquanto os iranianos travam uma batalha em Gaza, contra Israel, e tentam sustentar o Hezbollah.
Assad, então, encontra-se com menos apoio dos aliados na nova investida dos jihadistas para derrubar o seu regime.
Ao se ver sem defesas, Assad fez um esforço diplomático para contactar representantes do Irã e da Rússia.
Todos prometeram ajuda.
O problema é que Rússia, Irã e Hezbollah não estão com as mesmas condições de antes para defender o aliado Assad.
O caminho para Damasco pode estar se abrindo para os jihadistas.
Bases militares russas
As bases militares em Hmeimim e Tartus são cruciais para as ambições globais russas no Oriente Médio e África. Contudo, o avanço islamista coloca essas instalações em risco de isolamento. Relatos não confirmados indicam que navios estariam sendo retirados de Tartus.
Apesar da pressão do conflito ucraniano, especialistas afirmam que a presença russa na Síria permanece significativa, embora tenha se concentrado principalmente em tropas regulares após a retirada das forças paramilitares Wagner.
O papel da Wagner no conflito sírio diminuiu após sua participação ser redirecionada para a Europa e desmantelada após os eventos envolvendo Yevgeny Prigozhin em 2023. O foco estratégico russo se deslocou para a África, onde Hmeimim serve como um ponto de trânsito vital para operações russas no continente.
No entanto, enviar mais tropas à Síria não é viável para Moscou sem comprometer seus esforços na Ucrânia.
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