Lula quer errar de novo com aliança contra a fome
Petista tentou o "Fome Zero Universal" em 2003, durante seu primeiro mandato. Foi um fracasso
Nada do que Lula (foto) está falando no encontro do G20 no Rio de Janeiro nesta segunda, 18, impactará a fome no mundo.
O petista já tentou isso há duas décadas e o resultado foi nulo.
Em 2003, durante seu primeiro ano de mandato como presidente, Lula fez um discurso na ONU propondo uma aliança global contra a fome, em moldes muito parecidos com os de agora. Seria uma ampliação do seu projeto Fome Zero.
"Lancei no Brasil o projeto Fome Zero, que visa por meio de um grande movimento de solidariedade e de um programa abrangente envolvendo o governo, a sociedade civil e o setor privado eliminar a fome e suas causas (...). Precisamos dar um salto de qualidade no esforço mundial de luta contra a fome. Propus, nesse sentido, a criação de um Fundo Mundial de Combate à Fome e sugeri formas de viabilizá-lo (...). Existem outras propostas, algumas já incorporadas a programas das Nações Unidas. O que faltou até agora foi a imprescindível vontade política de todos nós, especialmente daqueles países que mais poderiam contribuir. (...) Por isso, submeto à consideração dessa Assembleia a hipótese de criar, no âmbito da própria ONU, um Comitê Mundial de Combate à Fome, integrado por chefes de Estado ou de governo, de todos os continentes, com o fim de unificar propostas e torná-las operativas", disse Lula.
Deu tudo errado. No Brasil, o Fome Zero foi abandonado e trocado pelo Bolsa Família, com maior potencial eleitoral. Outros países não entraram na iniciativa porque estavam mais preocupados com seus próprios problemas. Até a ONU pulou fora, pois a organização já tem os seus programas para erradicar a fome, como a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD).
O que diminui a fome, no final das contas, é o crescimento econômico, e não os compromissos diplomáticos entre chefes de governo.
Em quarenta anos, a China tirou 800 milhões de pessoas da extrema pobreza — quatro vezes a população brasileira —, sem precisar fazer qualquer acordo com outros países. Bastou adotar o capitalismo, ainda que sob o controle do Partido Comunista.
Mas Lula não aprende, e está repetindo a mesma ladainha que nunca teve sucesso.
Nesta segunda, 18, Lula voltou a dizer que a fome é o resultado de uma decisão política e que, portanto, basta uma aliança global para resolver o problema.
"Com a aliança, vamos articular recomendações internacionais, políticas públicas eficazes e fontes de financiamento", disse Lula no Rio de Janeiro. "O Brasil sabe que é possível. Com a participação ativa da sociedade civil, concebemos e implementamos programas de inclusão social, de fomento da agricultura familiar e de como o nosso Bolsa Família e o programa nacional de alimentação escolar."
Mas o Brasil não é exemplo para o resto do mundo nessa área, nunca foi.
Quando uma coisa não dá certo, a reação de Lula é sempre tentar de novo, e de novo.
Melhor seria se o presidente aprendesse com os seus erros.
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Comentários (1)
ARTHUR MARTINS ROMANO
2024-11-18 14:24:28O que interessa pro Lula é a "fonte de financiamento" e a certeza de que aqui nada é fiscalizado e rastreado. E caso ocorra um "erro" o STF pavimenta o caminho.