Milei corta aposentadoria vitalícia de Cristina Kirchner
A suspensão inclui tanto a aposentadoria pessoal de Cristina quanto a pensão derivada do falecido ex-presidente Néstor Kirchner
O governo argentino, comandado por Javier Milei, comunicou na quinta-feira, 14, a decisão de suspender a aposentadoria vitalícia concedida a Cristina Kirchner. A medida foi tomada após a confirmação judicial da condenação por corrupção da ex-presidente argentina.
De acordo com o governo argentino, a suspensão inclui tanto a aposentadoria pessoal de Cristina quanto a pensão derivada do falecido ex-presidente Néstor Kirchner. Estima-se que essa ação resultará em uma economia mensal de aproximadamente 21 milhões de pesos argentinos, o equivalente a cerca de 121 mil reais.
Em comunicado oficial, o governo argumentou que a aposentadoria vitalícia é uma concessão de graça, destinada a reconhecer mérito e honra. Para a Casa Rosada de Milei, Cristina se tornou indigna do benefício, devido à condenação por administração fraudulenta.
"Pequeno ditadorzinho"
Em resposta à decisão governamental, a ex-presidente se manifestou nas redes sociais, referindo-se a Milei como um "pequeno ditadorzinho" e acusando-o de emitir ordens ilegais aos funcionários públicos.
Cristina alegou que as pensões para ex-presidentes são atribuídas não pelo desempenho em suas funções, mas pelo fato de terem sido eleitos pelo povo.
"Acontece agora que, além de ser chefe do Poder Executivo, pretende criar e presidir um 'Tribunal de Honra' para julgar a honra, o mérito e o bom desempenho no cargo dos ex-Presidentes e ex-Presidenta da Nação. E ainda por cima... Um Tribunal com poderes para fixar e aplicar penas acessórias às do Poder Judiciário?", reclamou Cristina.
"E então... Você quer se associar à máfia judicial para me perseguir também? Você tem tanto medo de mim? Digo que tive muito medo do ditador Videla. Mas você só me faz sentir pena de você e envergonhá-lo", disse, em outro trecho.
Condenada
Na véspera do anúncio governamental, a Câmara Federal de Cassação Penal confirmou uma sentença de primeira instância que condena Kirchner a seis anos de prisão e à inabilitação política devido à administração fraudulenta. Ela ainda pode apelar à Suprema Corte.
O caso é conhecido como Vialidad. As licitações fraudulentas em Santa Cruz ocorreram durante as presidências da própria Cristina, entre 2007 e 2015, e de seu falecido marido, Néstor, de 2003 a 2007.
Inicialmente, a promotoria argentina havia solicitado uma pena de 12 anos para Kirchner, acusando-a de associação ilícita e administração fraudulenta. No entanto, em dezembro de 2022, ela foi absolvida da primeira acusação e considerada culpada por fraude contra o Estado.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
2024-11-15 16:49:16Não estou por dentro de tudo que está acontecendo dentro da Argentina desde a posse de Milei, mas gostaria de ver ações como essa acontecendo no Brasil.