Funcionários do IBGE convocam ato contra Marcio Pochmann
Eles pedem que o economista altere "o comportamento autoritário que tem marcado suas ações recentes"
O sindicato dos trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Assibge), convocaram um protesto no dia 26 de setembro contra o presidente da entidade Marcio Pochmann (foto), indicado por Lula.
Os funcionários pedem que Pochmann "altere o comportamento autoritário que tem marcado suas ações recentes e estabeleça um real processo de diálogo com os servidores em relação as diversas alterações em curso no Instituto".
Entre as alterações na pauta estão: mudança no regime de trabalho, criação de uma fundação de direito privado e alteração do estatuto.
Mapa com Brasil no centro
A indicação de Pochmann para o IBGE ocorreu em julho do ano passado.
O economista Edmar Bacha criticou a escolha em entrevista ao Estadão: "Pochmann é um ideólogo. Tem uma visão totalmente ideológica da economia. E não terá problema de colocar o IBGE a serviço dessa ideologia, como fez no Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Estou ofendido como ex-presidente do IBGE”.
Elena Landau, também economista, disse que a indicação marcava um "dia de luto para a estatística brasileira".
O ponto alto da carreira de Marcio Pochmann no IBGE até agora foi desenhar um mapa-múndi com o Brasil no centro.
No documento, países como China, Rússia, Filipinas e Austrália foram cortados em dois, e ocupam extremos do desenho.
Pochmann foi ao X (antigo Twitter) defender o novo mapa — que passou a ser usado em repartições públicas. "É um dever do IBGE destacar a importância desta publicação na formação do povo brasileiro. E como o Brasil é visto no mundo", escreveu. Para ele, mapas "representam a própria face de uma Nação."
Escolher colocar seu país no centro do mapa, assim como tornar oficial sua visão da Terra, é uma decisão política voltada ao nacionalismo — de ditaduras ou países democráticos. A Alemanha nazista, em 1938, já editava mapas sobre "o povo alemão no mundo" onde o pequeno território alemão (que ocupa 0,2% da superfície do planeta) está quase no centro da página.
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Comentários (1)
Eduardo
2024-09-22 11:05:40Alguém surpreso?