"É um ato de censura", afirma defensor de direitos humanos venezuelano
O defensor dos direitos humanos e direitos digitais Luis Serrano, que vive em Caracas, é coordenador da ONG RedesAyuda, que defende a liberdade de expressão na internet. Em entrevista a Crusoé, ele falou sobre o pedido que o ditador Nicolás Maduro (foto) fez aos venezuelanos para desinstalarem o WhatsApp em seus celulares e o bloqueio...
O defensor dos direitos humanos e direitos digitais Luis Serrano, que vive em Caracas, é coordenador da ONG RedesAyuda, que defende a liberdade de expressão na internet.
Em entrevista a Crusoé, ele falou sobre o pedido que o ditador Nicolás Maduro (foto) fez aos venezuelanos para desinstalarem o WhatsApp em seus celulares e o bloqueio de dez dias da rede X, antigo Twitter, de Elon Musk.
Como o sr. vê essas decisões do ditador Nicolás Maduro contra o WhatsApp e o X?
É um ato de censura, porque restringe um dos espaços de acesso à informação, expressão e organização que os venezuelanos têm neste momento. Embora tenha sido dito que Elon Musk violou as regras da plataforma e que algumas 'precauções' tenham sido solicitadas, não há informação ou transparência sobre o que foi solicitado pelo governo. Além disso, em um momento crítico como este, em que muitas pessoas vão ao X/Twitter para obter notícias imediatas, é muito conveniente para quem está no poder tirar espaço à sociedade civil.
Mas os venezuelanos também se informam por meio de outras redes. Por que essa preferência pelo X?
O X é o espaço das notícias rápidas e onde a checagem de fatos acontece em maior quantidade. Portanto, é muito fácil para a população acessar informações verificadas e obter notícias de fontes confiáveis.
E qual seria o motivo para pedir a desinstalação do WhatsApp?
No caso do WhatsApp, embora a rede não tenha sido bloqueada formalmente, esse é o aplicativo mais utilizado pelos venezuelanos para se comunicar, compartilhar informações e até mesmo para gerenciar o atendimento ao cliente em muitas empresas. Além disso, o WhatsApp possui criptografia de ponta a ponta, o que dificulta a vigilância governamental. Diz-se que a desinstalação do aplicativo é 'voluntário', mas desconfiamos que ficará por isso mesmo. Quanto tempo levará até que vejamos informações sobre funcionários públicos sendo forçados a excluir o WhatsApp? O tempo dirá.
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2024-08-10 10:50:58Isto é sonho dos ditadores do triunvirato que mata a liberdade na nação tupi e talvez antes da Venezuela é o que ocorrerá aqui ... e quem sobreviver verá.