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Os dois outros recados importantes de Joe Biden em sua carta de desistência

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto), enviou recados importantes em sua carta de uma página divulgada neste domingo, 21. O primeiro, claro, é a sua desistência na corrida para tentar a reeleição, em novembro. Mas há outros dois importantes recados no texto. O primeiro é que o Partido Democrata está acima dele. "Embora...

Crusoé
3 minutos de leitura 21.07.2024 15:56 comentários 2
Joe Biden Kamala Harris

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto), enviou recados importantes em sua carta de uma página divulgada neste domingo, 21.

O primeiro, claro, é a sua desistência na corrida para tentar a reeleição, em novembro.

Mas há outros dois importantes recados no texto.

O primeiro é que o Partido Democrata está acima dele.

"Embora tenha sido meu intuito buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu desista e me concentre apenas no cumprimento de meus deveres de presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden.

Para um brasileiro acostumado com partidos dominados por caudilhos, a frase pode até soar estranha.

Mas a verdade é que Joe Biden não tem a mesma ascendência sobre seu partido como Lula tem sobre o Partido dos Trabalhadores, por exemplo.

No PT, Lula é quem define o discurso ou os candidatos para a Presidência, consultando seus marqueteiros. Os demais apenas cumprem as ordens e ecoam suas ideias.

Com Biden nunca foi assim.

Sua indicação como candidato do partido em 2020 deu-se porque ele era a pessoa que mais aparecia nas pesquisas em condições de derrotar o republicano Donald Trump.

O Partido Democrata, o mais antigo dos Estados Unidos, é um partido representativo, muito bem organizado nas comunidades, condados e estados americanos. Há grupos diversos, com interesses múltiplos, que congregam as pessoas em torno dos seus objetivos.

É um partido que tem uma base importante. Mesmo que muita gente reclame do impacto das doações de bilionários nas decisões partidárias, tem gente de verdade atuando lá dentro, de maneira democrática.

Para Biden, concorrer sem o consentimento do partido seria um suplício. Doadores fecharam suas carteiras. Políticos de renome poderiam simplesmente deixar de subir ao palanque com ele. Os eleitores não sairiam para votar. Seria inviável.

O segundo recado importante da carta de Biden é que ele tenta abrir espaço para a candidatura de Kamala Harris, sua vice — uma mensagem que provavelente conta com o dedo do Partido Democrata.

"Por ora, quero agradecer minha gratidão por todos os que trabalharam com afinco pela minha reeleição. Quero agradecer a vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo esse trabalho", escreveu.

Kamala Harris parece ser a opção do Partido Democrata para substituir Biden sem aparentar que a agremiação está completamente perdida.

A ideia é transmitir a sensação de que tudo está sob controle, uma vez que Kamala, por ser vice, seria a substituta natural de Biden.

A desistência de Biden, portanto, mostra não apenas que o Partido Democrata é mais forte que ele, mas também que esse partido quer Kamala em seu lugar.

 

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Comentários (2)

KEDMA

2024-07-22 09:42:24

Democracia funciona assim. Aqui no Brasil estamos longe disso.


Albino

2024-07-22 08:12:36

Se o Lula tivesse um mínimo de bom senso (o que seria esperar demais), deveria fazer o mesmo que o Biden, em prol de Alckmin (que também não é lá essas coisas), para um mandato tampão até 2026, amenizando a polarização, e abrindo espaço para novos atores, com ideias mais arejadas e à altura do momento atual; Lula sairia, assim, para entrar para a história, desta vez sem traumas. O problema seria o que fazer com a Janja no day-after!


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