Lula convoca embaixador do Brasil na Argentina
O governo Lula convocou o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli, dentre os motivos para consulta sobre a relação com o presidente da Argentina, Javier Milei (foto). A informação foi primeiro dada por O Globo, na tarde desta segunda-feira, 15 de julho, e confirmada por Crusoé. Bitelli já está em Brasília e retorna ao...
O governo Lula convocou o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli, dentre os motivos para consulta sobre a relação com o presidente da Argentina, Javier Milei (foto).
A informação foi primeiro dada por O Globo, na tarde desta segunda-feira, 15 de julho, e confirmada por Crusoé.
Bitelli já está em Brasília e retorna ao solo argentino na quarta-feira da próxima semana, 24, informou um funcionário da embaixada a Crusoé.
A relação entre Lula e Milei, que nunca foi boa, azedou ainda mais recentemente.
Na segunda semana de julho, o argentino optou por se ausentar da Cúpula do Mercosul e participar de um evento de partidos e movimentos conservadores em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Esta foi a segunda vez que Milei se reuniu com Bolsonaro em vez de Lula, apesar de o primeiro não representar mais o Brasil oficialmente.
A primeira foi na própria cerimônia de posse presidencial argentina, em 10 de dezembro.
O libertário havia convidado informalmente Bolsonaro, mesmo antes de Lula. O petista depois decidiu enviar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, como representante do Brasil.
Recentemente, Lula disse no final de junho que não iria conversar com Milei enquanto ele não encaminhasse um pedido de desculpas ao Brasil e ao próprio petista por declarações ofensivas.
Desde antes da eleição do argentino, em novembro, a relação era ruim.
Enquanto o então presidenciável Milei chamava Lula de "comunista" e "corrupto", o petista declarava apoio público ao rival do libertário nas eleições, o então ministro da Economia, Sergio Massa.
Um grupo de marketeiros ligados ao PT, comandado por Edinho Silva, trabalhou para a campanha de Massa.
Saído o resultado, em 19 de novembro, Lula parabenizou os argentinos pela realização do pleito, mas excluiu o nome do vitorioso de sua nota.
Diplomacia de birra
As relações frígidas entre Lula e Milei dá dor de cabeça às embaixadas dos respectivos países.
A situação expõe a manutenção do personalismo na diplomacia presidencial brasileira, algo inaugurado na história recente por Lula nos anos 2000 e elevado a novos patamares por Bolsonaro.
“Não é novidade o que está acontecendo. Ficamos quatro anos sem ter conversas entre Bolsonaro e o Alberto Fernández. E isso não afetou a relação bilateral”, afirma o embaixador aposentado Rubens Barbosa.
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De fato, a Argentina não pode comprometer as suas relações com o Brasil. A balança comercial pende para o lado brasileiro atualmente, mas as exportações argentinas de trigo e de bens manufaturados, em especial automóveis, para o lado de cá da fronteira, são apreciáveis. O país não pode se dar ao luxo de perder essas vias para adquirir dólares e estabilizar a sua economia.
Durante a campanha, Mondino e a agora vice-presidente eleita, Victoria Villaruel, asseguraram à embaixada brasileira, nos bastidores, ainda durante a campanha eleitoral, a manutenção das relações bilaterais e do Mercosul, como revelou Crusoé em outubro.
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