Oposição sofre com prisões e apreensões em início de campanha na Venezuela
O primeiro dia de campanha eleitoral na Venezuela, nesta quinta-feira, 4, foi marcado por detenções de ao menos 15 pessoas que compareceram a atos eleitorais da oposição. Os números foram compilados por advogados e ativistas no país, que acompanham o desenrolar da campanha para a "eleição", que ocorrerá no dia 28 e onde o ditador...
O primeiro dia de campanha eleitoral na Venezuela, nesta quinta-feira, 4, foi marcado por detenções de ao menos 15 pessoas que compareceram a atos eleitorais da oposição. Os números foram compilados por advogados e ativistas no país, que acompanham o desenrolar da campanha para a "eleição", que ocorrerá no dia 28 e onde o ditador Nicolás Maduro (foto) não dá garantia nenhuma de que aceitará os resultados.
#5Jul Tras recibir los reportes finales de nuestros abogados de todo el país, el número de arrestos vinculados a los eventos políticos del día de ayer es el siguiente:
4 En Táchira
3 En Guarenas
4 En Lara
4 EnNueva EspartaTodos ya liberados.@ForoPenal
— Gonzalo Himiob S. (@HimiobSantome) July 5, 2024
Entre os homens presos com identidades conhecidas, estavam tapeceiros, pedreiros, motoristas de caminhão e encanadores. O levantamento do Laboratorio de Paz mostrou que as detenções ocorreram em estados no interior do país. Além disso, dois caminhões de som ligados à oposição foram apreendidos, enquanto um terceiro sofreu represálias da polícia. Uma rádio foi fechada, e um site de notícias teve seu acesso cortado.
Ao mesmo tempo, como era de se esperar, sites do governo fazem campanha de proselitismo pró-Maduro — o site do Ministério das Finanças do país parece mais uma agência de notícias ligada ao ditador. Além disso, foram registrados o uso de veículos de transporte público para levar correligionários de Maduro a seu comício inaugural, na cidade de Maracaibo, a segunda maior do país.
Nesta quinta, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país apresentou as regras para o ciclo desta "eleição". Com atuação mais rígida dos órgãos ligados a Maduro, a legislação foi chamada de "inconstitucional" pelo observatório Aceso a Justicia, por não respeitar os direitos a pensamento e expressão, ainda previstos na Constituição do país.
#AlertaElectoral A última hora el CNE publicó en su web la normativa que regula la campaña y propaganda para las presidenciales, que comienza hoy #4Jul, mediante la resolución n.° 240703-55 contenida #EnGaceta Electoral n.° 1.061 del #3Jul #InfoCivis2024 https://t.co/K3hEzLxo9h pic.twitter.com/9tPMcqZ9Sx
— Acceso a la Justicia (@AccesoaJusticia) July 4, 2024
Outro ponto de preocupação é que um órgão de fiscalização do governo poderá monitorar e coordenar ações contra perfis em redes sociais. "É preocupante que, através de uma resolução administrativa, decisão de ramo sub legal, que hierarquicamente está abaixo da Constituição e das leis, queira se regular o exercício das liberdades de expressão e pensamento", escreveu o observatório.
No cargo desde a morte de seu mentor Hugo Chávez, em 2013, Maduro nunca deu o braço a torcer. Sua ditadura, sanguinária contra opositores, não deixou de encontrar eco na esquerda do Brasil e em Lula, que nunca se esforçou em condenar seu amigo ao norte.
Leia mais em Crusoé: A preocupação do G7 pela Venezuela
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Comentários (1)
Andre Luis Dos Santos
2024-07-06 13:19:03Essa é a "democracia" Venezuelana que a PTralhada tanto admira e, na verdade, inveja, e gostaria de implantar no Brasil. A "tomada" do poder, como diria um certo FDP de iniciais JD. E olha essa foto desse Maduro. Asqueroso. PQP 🤬