Comissão analisará reparação a japoneses presos em campos de concentração
A Comissão de Anistia marcou, para o dia 25 de julho, o julgamento do pedido de reparação coletiva a um grupo de 170 japoneses mantidos em um campo de concentração na prisão da Ilha Anchieta, em Ubatuba (SP). A inclusão em pauta foi oficializada pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH) na última quarta-feira, 26. O...
A Comissão de Anistia marcou, para o dia 25 de julho, o julgamento do pedido de reparação coletiva a um grupo de 170 japoneses mantidos em um campo de concentração na prisão da Ilha Anchieta, em Ubatuba (SP). A inclusão em pauta foi oficializada pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH) na última quarta-feira, 26.
O caso aconteceu entre 1946 e 1947 — no início do período coberto pela atuação da comissão. Os japoneses, que se aliaram às nações do Eixo como a Alemanha e a Itália na Segunda Guerra Mundial, havia sido derrotada um ano antes, com as explosões de bombas atômicas pelos EUA. Neste período, o governo de Eurico Gaspar Dutra levou cerca de 170 japoneses para a prisão na ilha, no litoral norte de São Paulo. Lá, foram registradas torturas e mortes de prisioneiros.
O campo de concentração da Ilha Anchieta era mais uma das estratégias usadas pelo governo federal à época para limitar a influência da comunidade nipônica no Brasil: os brasileiros impediram qualquer forma de comunicação em língua japonesa, o que impedia aos imigrantes terem notícias em sua língua natal. O sentimento antinipônico era tão forte no país que, em 1946, o país quase aprovou um artigo à nova Constituição para proibir a entrada de japoneses no Brasil (foram 100 votos contra a medida, 99 contrários).
Ao mesmo tempo, a comunidade nipo-brasileira (que viria a se tornar a maior fora do Japão) estava imersa em suas próprias disputas: um grupo que não reconhecia a derrota do país no conflito passou a atacar membros da própria comunidade que acreditavam na derrota do país para os americanos. Conhecidos como Shindo Renmei, a associação chegou a cometer mais de 20 assassinatos no Brasil, antes de ser reprimida pelo governo brasileiro.
Os orientais investigados pelo governo brasileiro foram levados à Ilha Anchieta, onde aguardariam sua extradição — que nunca ocorreu e acabou prescrevendo. Agora, encaminha-se a retratação formal do governo federal.
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Comentários (2)
Franco
2024-07-01 15:34:49O dos americanos foi não destruir tokio e entregar as ilhas para China, como reparação de guerra, embora impagável.
Franco
2024-07-01 15:26:06O que esses japoneses esses fizeram com seus prisioneiros na Ásia (em especial hineses e coreanos) só é comparável ao holocausto nazista. Cenas de crueldade nauseante. É povo ruim. Um câncer na humanidade idade.