Putin e Xi, os autocratas reunidos novamente
Vladimir Putin chega nesta quarta-feira, 15, a Pequim, onde deve ser recebido pelo presidente chinês Xi Jinping. Os dois autocratas, à frente de duas das maiores potências militares e econômicas do planeta, devem protagonizar mais uma demonstração pública de apoio mútuo frente às críticas dos Estados Unidos. A agenda é a primeira viagem internacional de...
Vladimir Putin chega nesta quarta-feira, 15, a Pequim, onde deve ser recebido pelo presidente chinês Xi Jinping. Os dois autocratas, à frente de duas das maiores potências militares e econômicas do planeta, devem protagonizar mais uma demonstração pública de apoio mútuo frente às críticas dos Estados Unidos.
A agenda é a primeira viagem internacional de Putin desde que ele assumiu o quinto mandato como presidente russo, na semana passada, fruo de uma eleição não reconhecida como legítima pela comunidade internacional Ele retribui a ida de Xi ao território russo, a primeira após ele assumir um inédito terceiro mandato como presidente chinês em 2023.
No que será o 43º encontro entre os dois chefes de Estado (nunca Xi visitou tanto , há motivos mais que claros para que Washington se alarme: a aliança estratégica entre os dois países está se solidificando, e a Pequim virou um parceiro essencial para que a economia russa, sancionada por todo o Ocidente, pudesse sobreviver e mesmo prosperar durante a invasão ucraniana.
Também cercada em uma disputa com os Estados Unidos, a economia chinesa —a segunda maior do planeta — vê na economia russa um parceiro relevante para manter os interesses americanos distantes. Exemplo [é a própria indústria de maquinário pesado, essencial para a produção de armamentos: em 2022, o governo russo aumentou em 120% a importação desse maquinário vindo da China. Em 2023, novo aumento de 170% nas importações ajudou a oxigenar a máquina de guerra russa. Se antes da guerra com a Ucrânia, cerca de 30% das importações russas vinham da China, hoje esse número é de 88%.
Após o encontro de ambos em abril do ano passado, o colunista da Crusoé Paulo Roberto de Almeida explicou que os planos de Putin envolvem uma "guerra eterna" para forçar uma nova ordem mundial. "O que o neoczar russo propõe, portanto, é uma 'guerra perpétua', até que a sua 'representação' dessa nova ordem imperial venha a realizar-se como uma coisa em si e para si (com a ajuda de seu amigo Xi Jinping)", explicou o diplomata brasileiro.
"Nenhum deles entrou em detalhes sobre como funcionaria essa ordem, diferente da atual, que emergiu na parte econômica em Bretton Woods, em 1944, e que se prolongou nas conferências de Ialta e de Potsdam, em 1945, que conformaram um novo arranjo oligárquico, baseado no direito de veto sobre qualquer decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas por parte das cinco grandes potências garantidoras da paz e da segurança internacional".
Leia mais na Crusoé #259: A "Guerra Perpétua" de Vladimir Putin
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Comentários (1)
Odete6
2024-05-16 08:11:32"""autocratas""".... ditadura agora mudou de nome???