Com "Taipé Chinês", Itamaraty tenta agradar ao Partido Comunista em Pequim
O Ministério de Relações Exteriores, Itamaraty, divulgou uma nota nesta quinta, 4, falando de "terremoto no Taipé Chinês". Taipé é a capital de Taiwan, que não pertence à China. Falar em "Taipé Chinês" é algo que obviamente vai provocar os taiwaneses, ao mesmo tempo em que agradará imensamente ao Partido Comunista da China, que insiste...
O Ministério de Relações Exteriores, Itamaraty, divulgou uma nota nesta quinta, 4, falando de "terremoto no Taipé Chinês".
Taipé é a capital de Taiwan, que não pertence à China.
Falar em "Taipé Chinês" é algo que obviamente vai provocar os taiwaneses, ao mesmo tempo em que agradará imensamente ao Partido Comunista da China, que insiste na ideia de que Taiwan é uma província separatista e que um dia voltará a ser parte da pátria mãe.
Brasil, Estados Unidos e a maioria dos países reconhecem oficialmente a ilha de Taiwan como um território da China continental. Menos de 15 países, dentre eles notavelmente o Paraguai, reconhecem Taiwan como um estado soberano.
Mas não reconhecer oficialmente Taiwan como um Estado soberano não implica dizer que Taipé faz parte da China.
"Eis a geografia caolha e submissa do Itamaraty: o terremoto foi em Taiwan, um país membro da Organização Mundial do Comércio e que integra outros organismos internacionais. Taipé é uma cidade de Taiwan, por sinal a capital desse pais, onde aliás o Brasil tem um escritório de representação. O adjetivo 'chinês' nesse caso serve apenas para demonstrar aderência às teses chinesas", diz o embaixador Paulo Roberto de Almeida.
O erro grosseiro do Itamaraty é perigoso, porque ainda dá margem para justificar as ambições imperialistas de Pequim, que está planejando uma guerra para retomar esse território.
O uso do termo "Taipé Chinês" também certamente incomodará os americanos.
Oficialmente, os Estados Unidos não têm relações diplomáticas com Taiwan desde 1979, quando o país reconheceu a soberania de Pequim sobre a ilha. Apesar disso, como determinado por legislação, a diplomacia americana garante a capacidade de defesa da ilha, incluindo em caso de ameaças de invasão.
A pergunta que fica é se o Itamaraty cometeu o erro sem querer ou se foi algo de propósito, simplesmente para agradar o ditador Xi Jinping.
Depois dessa, vale acompanhar se o Itamaraty também vai começar a falar em "Ucrânia russa".
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Comentários (3)
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2024-04-04 22:30:47O Itamaraty, com o PT no poder, ficou caolho, quase cego, enxerga muito mal, não serve para o Brasil. Os quadros que o PT tem, que aceitam ser dirigidos por incompetentes como Lula e Dilma, são como Celso Amorim e Aluizio Mercadante, fraquinhos, bem fraquinhos...
KEDMA
2024-04-04 15:40:20O Itamaraty não tem nenhum crédito no momento. Vergonhoso!
Amaury G Feitosa
2024-04-04 14:15:49Chama o Macron ...