Portugal chega às eleições com cenário embolado para seu parlamento
Portugal vai às urnas, neste domingo, 10, escolher um novo parlamento — dissolvido após o escândalo de corrupção que derrubou o primeiro ministro António Costa, do Partido Socialista, em novembro do ano passado. Sabe-se que o legislativo português, principal poder do país, deverá ser bem diferente daquele, onde os socialistas tinham a maioria. Só não...
Portugal vai às urnas, neste domingo, 10, escolher um novo parlamento — dissolvido após o escândalo de corrupção que derrubou o primeiro ministro António Costa, do Partido Socialista, em novembro do ano passado. Sabe-se que o legislativo português, principal poder do país, deverá ser bem diferente daquele, onde os socialistas tinham a maioria. Só não é sabido o quanto.
A pesquisa mais recente, divulgada pelo jornal português Público, mostra que a Aliança Democrática, coalizão de três partidos de direita comandados pelo Partido Social Democrata (PSD), deve ter a maior bancada no parlamento. A legenda teria 34% das intenções de voto, contra 28% da coalizão de esquerda, comandada pelo Partido Socialista (PS).
Com isso, o cálculo passa a contar as coalizões com partidos menores. Assim, a esquerda passa à frente, já que Partido Socialista, Bloco de Esquerda, Coligação Democrática Unitária (CDU) e Livre teriam 41% das intenções de voto, ante 40% da união da AD com a Iniciativa Liberal.
A pesquisa projeta a AD com uma margem entre 88 a 98 cadeiras, ante 70-80 do Partido Socialista — o que não garante a supermaioria das legendas. Pelas regras portuguesas de composição partidária, a intenção de voto pode não se refletir integralmente em cadeiras no parlamento. Com isso, se o PSD concentrar seus votos em poucos distritos de grande população, terá a maior fatia dos votos — mas menos cadeiras.
O fenômeno Chega
O principal vitorioso da eleição será, novamente, André Ventura e seu partido de Chega, que deve dobrar suas cadeiras na eleição de domingo. A pesquisa do Público indica que o partido oscila entre 16 a 17% das intenções de voto, amealhando entre 33 a 41 deputados.
Com uma plataforma antiimigração nacionalista e de perfil radical e conservador, André Ventura tem afiado seus discursos. Em uma de suas falas mais recentes, nesta quinta-feira, 7, Ventura — muito ligado à família Bolsonaro no Brasil — disse que, se for o premiê, não permitiria a Lula entrar no Brasil e o prenderia se isso acontecesse.
"Neste país ainda mandamos nós e neste país ainda escolhemos nós quem vem e quem não vem. Corruptos já temos cá muitos, não precisamos que venham mais de fora”, acrescentou o líder do partido de direita.
Sua ascensão ao poder, no entanto, deve ser improvável por agora. Isso porque, à TV portuguesa, o presidente do PSD, Luís Montenegro, negou que terá o Chega em sua base de governo. "Isso é coisa da cabeça do senhor André Ventura", disse Montenegro.
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Comentários (1)
Vicente Neto
2024-03-08 10:58:32No texto acima consta que o Sr. Ventura, se eleito Premiê, impediri o Lula de entrar no Brasil, e se o fizesse o prenderia. Me parece que o texto não foi revisado, e o correto seria constar Portugal ao invés de Brasil. Mesmo assim, fiquei muito feliz de saber que o Sr. Ventura mandaria prendê-lo, seja lá em Portugal seja cá no Brasil. Meu voto já é dele. Sabe-se lá que na empolgação ele já não manda prender os amigos do Lula lá do "FTS"...