A impressionante rede de pequenos sites de notícia pró-China
Um paper da Universidade de Toronto apontou para a existência de uma rede de ao menos 123 sites que atuam, de dentro da China, como supostos veículos de imprensa de outros locais do mundo. O objetivo desses falsos portais de notícia seria disseminar desinformação em favor do governo comunista de Pequim, assim como ataques pessoais...
Um paper da Universidade de Toronto apontou para a existência de uma rede de ao menos 123 sites que atuam, de dentro da China, como supostos veículos de imprensa de outros locais do mundo. O objetivo desses falsos portais de notícia seria disseminar desinformação em favor do governo comunista de Pequim, assim como ataques pessoais a alvos escolhidos pela potência asiática.
As descobertas foram apresentadas em uma investigação chamada PAPERWALL. O estudo, comandado pelo CitizenLab, indica que uma agência de distribuição de notícias chinesa, chamada Times Newswire, estaria por trás do envio em massa de notícias para sites hospedados e comandados na China, mas que se passam como veículos regionais em diversos locais do mundo. No conteúdo distribuído pela Times Newswire estariam não apenas notícias locais, como conteúdo pró-Pequim e conteúdos comerciais.
''Uma característica central do Paperwall, observada pela rede de sites, é a natureza efêmera de seus conteúdos mais agressivos, onde os artigos atacando críticos de Pequim são rotineiramente retirados destes sites pouco tempo após terem sido publicados", explicam os autores da investigação.
A plataforma de desinformação atribui o conteúdo a uma empresa de relações públicas na cidade de Shenzhen. Até o momento, apontam os investigadores, os sites marcados como de imprensa pró-China não teriam uma audiência considerável, podendo servir como uma armas de desinformação no futuro.
A lista contém sete sites marcados como atuantes no cenário brasileiro: os sites brasilindustry; mingpao; financeiropos; goiasmine; pauloexpressar; pernambucostar; e rioninepage. Uma visita a alguns destes sites mostram uma profusão de notícias brasileiras, como falas de Arthur Lira e sobre a dengue. Todos possuem um design semelhante e nenhuma menção à China em suas páginas iniciais.
Todos, no entanto, têm as mesmas notícias sobre a China publicadas em português e inglês, não indexadas, em seu site. Os assuntos não parecem muito interessantes ao público brasileiro, tal como uma fala da esposa do presidente chinês, Xi Jinping, sobre a amizade entre China e a Indonésia.
A rede de desinformação não é uma exclusividade chinesa. Basta lembrar do esforço russo, descoberto durante as eleições americanas de 2016, e espalhado mundo afora. Inclusive no Brasil.
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