Latitude#65: Ano movimentado para a Europa
Os europeus irão às urnas em junho para eleger os 720 eurodeputados que compõem o Parlamento Europeu, braço Legislativo da União Europeia, em meio a uma série de desafios para o bloco. O episódio do podcast Latitude deste sábado, 17 de fevereiro, aborda o tema em conversa com a Carolina Pavese, professora e coordenadora do núcleo...
Os europeus irão às urnas em junho para eleger os 720 eurodeputados que compõem o Parlamento Europeu, braço Legislativo da União Europeia, em meio a uma série de desafios para o bloco.
O episódio do podcast Latitude deste sábado, 17 de fevereiro, aborda o tema em conversa com a Carolina Pavese, professora e coordenadora do núcleo de estudos europeus da ESPM.
Dentre os principais desafios, está a continuação da guerra na Ucrânia, que entra em seu terceiro ano ao final de fevereiro.
"Essa guerra tem surpreendido qualquer planejamento por parte da União Europeia e dos países aliados", diz Pavese.
"E, na eventual ausência de um apoio dos Estados Unidos, a União Europeia vai ficar carente de uma estratégia para para enfrentar esse conflito, principalmente no quesito militar", acrescenta a pesquisadora, lembrando os riscos de uma eventual eleição de Donald Trump à Casa Branca em novembro.
Desde o início de fevereiro, Trump já afirmou duas vezes que não defenderia países membros da OTAN que não cumprissem com o investimento mínimo estipulado pela aliança de 2% do PIB em gastos militares — dos 31 aliados, apenas 11, incluindo os EUA, cumprem a meta.
"Há muito receio por parte da União Europeia sobre Trump", afirma Pavese.
Outro impasse é o acordo de livre comércio com o Mercosul.
Estimava-se que a fase de negociações seria concluída em dezembro, ao final do mandato da grande interessada Espanha no Conselho da União Europeia.
Entretanto, impasses protagonizados por Lula e pelo presidente da França, Emmanuel Macron, adiaram o feito.
Mais recentemente, em janeiro e fevereiro, fazendeiros europeus realizaram uma série de bloqueios na França e na Bélgica em pressão contra o acordo.
E, mesmo que se concluam as negociações, ainda há muita burocracia pela frente.
"O processo de ratificação não tem prazo. Ele precisa ser aprovado não apenas pela União Europeia, em Bruxelas, mas também pelos 27 Estados-membros. Cada um tem processo de ratificação. Em alguns, é preciso até votação em parlamento regional", diz Pavese.
A pesquisadora também fala sobre as chances dos eurocéticos nas eleições ao Parlamento Europeu, as ambições de Macron por uma integração militar europeia, e o lobby do agro europeu.
O Latitude é um podcast semanal sobre os principais fatos da política internacional e da diplomacia brasileira que vai ao ar todos os sábados, às 18h.
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