Por que o Estado Islâmico odeia o Irã
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI ou Isis) assumiu nesta quinta, 4, a autoria de duas explosões que mataram pelo menos 84 pessoas (foto) em um cemitério da cidade de Kerman, onde ocorria uma cerimônia para lembrar os quatro anos do assassinato de Qassem Soleimani, general da Guarda Revolucionária do Irã. A declaração do Estado...
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI ou Isis) assumiu nesta quinta, 4, a autoria de duas explosões que mataram pelo menos 84 pessoas (foto) em um cemitério da cidade de Kerman, onde ocorria uma cerimônia para lembrar os quatro anos do assassinato de Qassem Soleimani, general da Guarda Revolucionária do Irã.
A declaração do Estado Islâmico deixa ainda mais a remota a hipótese de que Israel tenha realizado os atentados, como já foi aventado por algumas autoridades iranianas. Nesta quinta, a agência de notícias oficial do Irã publicou uma nota dizendo que imagens captadas por câmeras de segurança não deixam dúvidas de que a primeira explosão foi causada por um homem-bomba, o que torna ainda mais improvável as acusações de que Israel esteja por trás da ação. Outra informação fornecida pela agência iraniana é a de que os investigadores estão analisando os pedaços do corpo do homem-bomba.
A rivalidade entre o Estado Islâmico (antes, Estado Islâmico do Iraque e do Levante) e o Irã existe há dez anos, e a escolha de um evento para marcar a morte de Qassem Soleimani para realizar um duplo atentado não é sem motivo.
Soleimani foi quem organizou e comandou as milícias xiitas que ajudaram a derrotar o Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Ele conseguiu juntar 60 mil homens treinados armados, que formaram as Forças de Mobilização Popular e retomaram os territórios invadidos pelo EI. Em 2017, o EI foi expulso do Iraque. Dois anos depois, foi definitivamente derrotado na Síria.
O interesse do Irã nesse caso era em expandir a sua influência no Iraque, um país de maioria muçulmana xiita, que durante muito tempo ficou sob o regime ditatorial de Saddam Hussein, um representante da minoria sunita. Na Síria, o objetivo dos iranianos foi apoiar o ditador Bashar Assad, um aliado antigo de Teerã.
Um detalhe interessante é que, nessa guerra de reconquista dos territórios do Iraque, grupos apoiados pelos iranianos e pelos americanos lutaram do mesmo lado, já que naquele momento havia o objetivo comum de destruir o Estado Islâmico.
Apesar de ter perdido todo território que tinha conquistado, o que inviabilizou a ideia de um califado, o Estado Islâmico seguiu como grupo terrorista, atuando em vários países do mundo.
Entre eles, estava o Irã, que foi um dos seus principais algozes. Por isso, o Irã tem sido alvo de vários atentados do Estado Islâmico. Em outubro de 2022, um homem atirou com um rifle contra fiéis religiosos em uma mesquita em Shiraz, matando 13 pessoas. Outros ataques ocorreram no mesmo local, considerado sagrado pelos xiitas, em junho e em agosto de 2023.
Além do desejo de se vingar pela derrota no Iraque, há uma questão religiosa importante.
O Estado Islâmico segue a corrente sunita do islamismo, que vê os xiitas como hereges ou infiéis. Um dos seus principais líderes, o jordaniano Abu Musab Zarqawi, pregava principalmente o ódio aos xiitas.
Por isso, o grupo já realizou múltiplos ataques contra xiitas em vários países, como Afeganistão, Líbano, Kuwait, Paquistão, Arábia Saudita, Síria e Iêmen, além de Irã e Iraque.
Um dos episódios mais dramáticos ocorreu em 2014, quando o Estado Islâmico entrou em uma prisão de Mossul e separou os detentos sunitas dos xiitas. Então, pelo menos 670 xiitas foram massacrados a sangue frio.
O Estado Islâmico, portanto, está muito mais inserido nas disputas sectárias do Oriente Médio, como na rivalidade entre sunitas e xiitas. É um caso muito distinto da Al Qaeda, de Osama Bin Laden, que tinha como objetivo destruir os Estados Unidos.
Por um breve período, ainda sob o controle de Zarqawi, os dois grupos até chegaram a se juntar e criaram a Al Qaeda do Iraque, em 2004. Mas isso foi até Abu Bakr al Baghdadi, que substituiu Zarqawi, rejeitar a autoridade da Al Qaeda e decretar o início do seu califado. A cisão entre os dois grupos se deu n o início de 2014.
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Comentários (5)
Odete6
2024-01-05 09:45:31É uma coisa horripilante e espantosamente estranha seres humanos optarem por existirem apenas para esse objetivo: matarem uns aos outros! Só e apenas isso! Cada um nascido com um cérebro individual e se deixar cooptar como
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2024-01-04 23:12:27Os Ayatolah's estão experimentando do seu próprio veneno!
Francisco fontenele tahim
2024-01-04 16:39:32Irã provando veneno que espalha na regiao, através de insanos lideres. O povo em gegal é bom. Se buscasse a paz, a harmonia com os vizinhos com seu prpio povo tudo nao existia e sobrava de dinheiro pro bem de seu povo.
Francisco fontenele tahim
2024-01-04 16:25:50Os infames oranianos, que matam mulheres po coisas banais, chamam esse atentado de covarde. E o que o hamas fez em 7 de outubro em Israel não foi covardia. Primitivos, devem ser levados a julgamento das cortes internacionais.
Francisco fontenele tahim
2024-01-04 16:21:38Morram todos, gente primitiva, meio humanos, meio hienas.