Milei anuncia não entrada da Argentina no Brics
A Argentina, por definitivo, não entrará no Brics, formalizou o governo argentino em carta de rejeição ao convite para ingressar no grupo. O documento é datado de 22 de dezembro, mas foi divulgado apenas nesta sexta-feira, 29 de dezembro, três dias antes da data prevista para o ingresso, 1º de janeiro. "Como sabem, a marca...
A Argentina, por definitivo, não entrará no Brics, formalizou o governo argentino em carta de rejeição ao convite para ingressar no grupo.
O documento é datado de 22 de dezembro, mas foi divulgado apenas nesta sexta-feira, 29 de dezembro, três dias antes da data prevista para o ingresso, 1º de janeiro.
"Como sabem, a marca da política externa do governo que presido há alguns dias difere em muitos aspectos da do governo anterior. Nesse sentido, algumas decisões tomadas pela gestão anterior serão revistas", diz o presidente da Argentina, Javier Milei (foto), na carta.
"Entre elas está a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país no Brics, conforme indicou o ex-presidente Alberto Fernández em carta datada de 4 de setembro", acrescenta.
Segundo Milei, "a incorporação da República Argentina ao Brics como membro pleno a partir de 1º de janeiro de 2024 não é considerada oportuna".
A carta foi endereçada aos chefes de Estado dos países membros do Brics, incluindo Lula.
A Argentina é um dos seis países que foram convidados ao Brics na última cúpula do grupo, em agosto em Joanesburgo, na África do Sul.
Os outros convidados são todos autocracias ou governos em crise: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia.
Nenhum expressou recusa ao convite e, portanto, todos devem se juntar ao grupo a partir de 1º de janeiro.
Desde as eleições, ao longo do segundo semestre de 2023, Milei expressou rejeição ao ingresso da Argentina no Brics.
Já no governo de transição, sua então futura chanceler, Diana Mondino, hoje empossada, também antecipara a recusa do convite.
Esse cenário, que envolve um grupo mais ideológico do que pragmático, é completamente diferente daquele do Mercosul.
Leia também: “Não se discute romper relações”, diz embaixador do Brasil na Argentina
Leia a carta na íntegra:
SENHOR PRESIDENTE:
Tenho o prazer de me dirigir a vocês a respeito do convite à República Argentina para aderir ao Grupo Brics decidido na Cúpula de Joanesburgo em agosto passado.
Como sabem, a marca da política externa do governo que presido há alguns dias difere em muitos aspectos da do governo anterior. Nesse sentido, algumas decisões tomadas pela gestão anterior serão revistas. Entre elas está a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país no Brics, conforme indicou o ex-presidente Alberto Fernández em carta datada de 4 de setembro.
A este respeito, gostaria de informar que nesta fase a incorporação da República Argentina ao Brics como membro pleno a partir de 1º de janeiro de 2024 não é considerada adequada.
Sem prejuízo disso, quero destacar o empenho do meu governo na intensificação dos laços bilaterais com o seu país, em particular no aumento dos fluxos comerciais e de investimento.
Enquanto aguardo o encontro convosco, aproveito esta oportunidade para reiterar-vos a confirmação da minha mais elevada consideração.
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Comentários (2)
Odete6
2023-12-30 05:57:47Esse povo agora deu pra falar ""português em inglês"": ""a não entrada""...😖😖😖... Que tal por exemplo: 'Milei anuncia a opção da Argentina por não entar no BRICS'......
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2023-12-29 20:14:03Como recusar participar no clubinho das ditaduras?