Autoridade Palestina impõe condições para assumir Gaza
O primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP), Mohamed Shtayyeh (foto), rejeitou a possibilidade de assumir o controle da Faixa de Gaza após a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a menos que haja uma solução que também envolva a Cisjordânia. “Deveríamos permitir que a AP assuma o controle de Gaza como se estivéssemos embarcando...
O primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP), Mohamed Shtayyeh (foto), rejeitou a possibilidade de assumir o controle da Faixa de Gaza após a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a menos que haja uma solução que também envolva a Cisjordânia.
“Deveríamos permitir que a AP assuma o controle de Gaza como se estivéssemos embarcando em um tanque israelense? Eu não aceito isso”, disse Shtayyeh.
Shtayyeh disse que só vê uma solução viável com a inclusão da Cisjordânia no pacote.
“Precisamos ter uma visão abrangente e pacífica. A Cisjordânia requer uma solução, e só então podemos unir Gaza a ela no contexto de uma solução de dois Estados”, disse Shtayyeh. “A pergunta que nos fazemos é: como podemos transformar esse desastre em uma oportunidade para a paz?”
A declaração ocorre em meio à circulação de documentos da inteligência israelense com sugestões sobre o que fazer com Gaza após uma eventual derrota do grupo terrorista Hamas. Com a opção de ocupação praticamente descartada - algo impopular em Israel - uma das soluções sugeridas seria transferir o governo do território para a AP, entidade que já deveria estar sob o controle, segundo os Acordos de Oslo.
Por 38 anos, Israel governou a Faixa de Gaza até realizar uma retirada unilateral, em 2005, após um ano de negociações com a Autoridade Palestina. A destituição da Autoridade Palestina por parte do Hamas, em 2007, em um golpe de Estado, instalou uma teocracia islâmica no pequeno território. Desde então, o grupo terrorista tem governado Gaza com mão de ferro.
“Penso que agora é o momento para o presidente americano e para a Europa retomarem a liderança e dizerem: 'Estamos prontos para o dia seguinte e para uma solução abrangente e não uma solução parcial'”, disse o premiê palestino.
Outra opção que foi considerada para amenizar a crise seria a criação de um campo de refugiados palestinos no Egito. A ideia, porém, tem sido descartada pelo governo egípcio.
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Comentários (4)
Roberto
2023-10-31 13:01:05Alguém perguntou ou vai perguntar o que o pessoal da Cisjordânia prefere?
Humberto
2023-10-31 12:54:01"Presidente americano e Europa"? Nada contra, mas por que nessas horas nunca se houve falar em Liga Árabe e assemelhados? Impressionante (mas não surpreendente).
KEDMA
2023-10-31 10:31:18O problema da AP é que não quer mexer em vespeiro.
Luiz
2023-10-31 12:26:07Cadê o Egito? Quer distância...