As escaramuças da próxima guerra
O Ministério da Defesa da Armênia afirmou nesta segunda, 2, que as Forças Armadas do Azerbaijão (foto) dispararam com armas leves contra um veículo que levava comida e militares para um dos postos das Forças Armadas armênias nas proximidades da cidade de Kut. Um soldado armênio morreu e dois ficaram feridos. Os disparos ocorrem dias...
O Ministério da Defesa da Armênia afirmou nesta segunda, 2, que as Forças Armadas do Azerbaijão (foto) dispararam com armas leves contra um veículo que levava comida e militares para um dos postos das Forças Armadas armênias nas proximidades da cidade de Kut. Um soldado armênio morreu e dois ficaram feridos.
Os disparos ocorrem dias depois de as Forças Armadas da ditadura do Azerbaijão assumirem total controle do enclave de Nagorno-Karabakh, onde viviam 120 mil armênios étnicos. A retomada do local, em território azeri, fez com que mais de 100 mil armênios deixassem o enclave temendo uma limpeza étnica. Eles entraram na Armênia, onde estão sendo acolhidos pelo governo e por organizações internacionais. As Forças Armadas azeris dominaram a região de Nagorno-Karabakh após um cerco de nove meses, em que a população local ficou privada de receber alimentos, remédios e teve a eletricidade cortada.
"Terminada a guerra em Karabakh, agora as escaramuças vão acontecer nas fronteiras internacionais de Armênia e Azerbaijão", escreveu o historiador Heitor Loureiro nas redes sociais.
Em entrevista para o podcast Latitude, o fotógrafo e diretor da União Geral de Beneficiência Armênia, Norair Chahinian, falou da chance de uma nova guerra de grande escala. "A província de Syunik, ao sul da Armênia, hoje está entre dois territórios do Azerbaijão. Houve ataques no ano passado a essa região. Há poucos dias, no encontro entre o presidente turco Recep Erdogan e o azeri Ilham Allyev, foi vazado para a imprensa que a discussão é 'agora vamos por Syunik", diz Chahinian. "Os armênios sabem desse risco. A população está preparada para uma nova guerra. E, desta vez, seria uma guerra muito maior, porque envolveria a Armênia e seria muito próximo do Irã e da Turquia. É um ponto nevrálgico do Cáucaso e que o mundo tem que estar atento para não ser o estopim de uma guerra muito maior".
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
2023-10-02 16:47:46Eu vi o podcast. Foi muito bom. Bem esclarecedor para leigos no assunto.