50 anos após o golpe militar, Chile irá atrás dos mortos
O Chile relembrará, em menos de duas semanas, os 50 anos do golpe militar que derrubou o governo de Salvador Allende e instalou a ditadura do general Augusto Pinochet, que ficou no cargo por 17 anos. Com Gabriel Boric ocupando o Palacio la Moneda (foto) meio século depois de Allende, o governo planeja finalmente ir...
O Chile relembrará, em menos de duas semanas, os 50 anos do golpe militar que derrubou o governo de Salvador Allende e instalou a ditadura do general Augusto Pinochet, que ficou no cargo por 17 anos.
Com Gabriel Boric ocupando o Palacio la Moneda (foto) meio século depois de Allende, o governo planeja finalmente ir atrás dos mortos nunca encontrados durante aqueles anos. Hoje (30) o país lançou, por decreto, o "Plano Nacional de Busca e Justiça", para localizar os restos mortais de mais de 1.159 pessoas desaparecidas no período e jamais encontradas.
"Tenho a convicção que a democracia é memória e futuro, e não pode ser uma sem ser a outra", disse Boric, o primeiro presidente nascido após o golpe militar, durante a assinatura do decreto. "Fazemos papel de Estado, não só como governo, de fazer tudo o que está no nosso alcance para esclarecer as circunstância de desparecimentos ou mortes e o destino final dos compatriotas vítimas de desaparições forçadas."
"Essa cifra nos deveria fazer ferver o sangue, porque dá conta da dívida que temos como Estado e como sociedade", continuou. Na plateia, estava a sua ministra de Defesa, Maya Allende — neta de Salvador Allende, que se matou durante a invasão ao palácio.
O plano do governo envolve centralizar casos judiciais usando um software para cruzar informações. Boric ainda deve acelerar o financiamento de escavações em possíveis covas clandestinas abertas pela junta militar de Pinochet.
O número real de mortos é desconhecido, mas estima-se em 3.200 pessoas assassinadas pela ditadura de Pinochet, que permaneceu no cargo até que um plebiscito restabeleceu a democracia em 1990. Apenas depois que o general deixou o cargo é que o Chile começou a encontrar os restos mortais de algumas vítimas
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Comentários (1)
Juan
2023-08-30 19:08:41Por acaso A Crusoé não sabe o que está acontecendo no Chile com o completo desgoverno da elite governante. Desenterrar tumbas é um bom remédio para a atual crise da enorme corrupção das ONG's e do desgoverno completo na economia, no controle do Estado. ao igual que aqui, com dinheiro públicos estão preparando o terreno para eternizarse no poder. O que não imaginam é que a opinião pública está ficando furiosa com os desmandos. Recomendo vejam os comentários de Bio Tio Tv Tomas Mosciatti