Até onde vai Prigozhin no levante contra Putin
O chefe do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin (foto), iniciou um motim contra o governo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, na sexta, 23. Comboios armados que estavam lutando na Ucrânia entraram em território russo, pela cidade de Rostov-on-Don, e tomaram ruas, instalações militares e o aeroporto. Outros seguem em direção a Moscou. Neste...
O chefe do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin (foto), iniciou um motim contra o governo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, na sexta, 23. Comboios armados que estavam lutando na Ucrânia entraram em território russo, pela cidade de Rostov-on-Don, e tomaram ruas, instalações militares e o aeroporto. Outros seguem em direção a Moscou. Neste sábado, eles já se encontravam a 500 quilômetros da capital.
Putin acusou Prigozhin de traição. O líder mercenário respondeu com uma ameaça: "Em breve, teremos um novo presidente".
Com soldados bem armados dos dois lados, o risco iminente é de a Rússia mergulhar em uma guerra civil. "Essa possibilidade existe. O grupo Wagner tem atuado de forma muito constante nos confrontos entre Rússia e Ucrânia. Até o momento, a territorialidade russa ainda não tinha sido atacada mas, diante deste cenário, o contra-ataque por parte das forças de segurança nacionais nos levam a considerar a hipótese de uma guerra civil", diz o professor de Relações Internacionais Christopher Mendonça, do Ibmec de Belo Horizonte.
Até agora as Forças Armadas russas têm permanecido leais ao presidente, que se refugiou em um bunker. Se defecções não ocorrerem nos quartéis ou no alto-mando militar, as chances de sucesso de Prighozhin são baixas. Muito dificilmente seus homens chegarão até Moscou.
"Já há movimentação de artilharia pesada na proteção de prédios públicos e os setores de inteligência russo já anunciam aos cidadãos que se recolham em suas residências em um cenário de máxima apreensão", diz Mendonça. No embate, as Forças Armadas russas devem prevalecer. "A discrepância de forças entre os dois lados é muito severa."
A crise que se desenrola atualmente, no entanto, poderá ter consequências políticas para Putin mais adiante. "Os generais russos agora defenderão o regime, porque neste momento acham mais importante tentar vencer a guerra. Mas, quando tudo acabar, a conta virá", diz o coronel da reserva Paulo Roberto da Silva Gomes Filho. "Esta guerra inventada por Putin vai lhe cobrar um preço político altíssimo. Ele corre o risco de perder o poder, mesmo vencendo."
A profecia de Prigozhin de que "em breve, teremos um novo presidente" poderá então se cumprir, mesmo que Putin vença o conflito militar atual.
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Comentários (2)
Ana Rosa
2023-06-24 12:11:05GLÓRIA A UCRÂNIA!
Odete6
2023-06-24 09:09:47😆😆😆😆😆😆 Ah, embora não pareça, esse é ""pirigozin"" mesmo!!! O vermezinho nanoputin arrumou uma briga ruim mesmo!!!! Esses mercenários são na verdade uma rede, uma verdadeira teia que atua planeta afora, sem partidos, sem tendências, sem lados a não ser o seu próprio.