Lava Jato denuncia ex-executivos do Banco Paulista
O Ministério Público Federal no Paraná denunciou nesta segunda-feira, 10, três ex-executivos do Banco Paulista: Tarcísio Rodrigues Joaquim, Gerson Luiz Mendes de Brito e Paulo Cesar Haenel Pereira Barreto. A denúncia é consequência do avanço das investigações sobre bancos realizadas pela Lava Jato em Curitiba. O Paulista foi alvo da operação Disfarces de Mamom, a 61ª fase...
O Ministério Público Federal no Paraná denunciou nesta segunda-feira, 10, três ex-executivos do Banco Paulista: Tarcísio Rodrigues Joaquim, Gerson Luiz Mendes de Brito e Paulo Cesar Haenel Pereira Barreto. A denúncia é consequência do avanço das investigações sobre bancos realizadas pela Lava Jato em Curitiba.
O Paulista foi alvo da operação Disfarces de Mamom, a 61ª fase da Lava Jato, no início de maio. A denúncia acusa os executivos de lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Tarcísio era titular da diretoria de operações internacionais, Gerson estava à frente da controladoria, e Barreto, ex-executivo do departamento de câmbio, prestava serviços como autônomo à instituição financeira.
Também foram acusados de lavagem os ex-executivos da Odebrecht (foto) Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares e os operadores financeiros Olívio Rodrigues Junior, Vinicíus Veiga Borin, Marco Pereira de Souza Bilinski e Luiz Augusto França.
O grupo formado pelos ex-executivos da Odebrecht e operadores financeiros mantinha o controle societário do Meinl Bank, uma instituição financeira nas ilhas de Antígua e Barbuda, no Caribe, onde a construtora manteve contas para a movimentação ilegal de dinheiro. Além de salários e de participação dos lucros, os sócios do Meinl Bank partilhavam uma comissão de 2% sobre cada ingresso de valores de origem ilícita nas contas da Odebrecht, de acordo com a denúncia.
As comissões eram inicialmente depositadas em uma conta offshore controlada por Rodrigues Júnior, que se encarregava de distribuí-las no exterior. Parte do dinheiro, no entanto, voltava ao Brasil, por intermédio de doleiros e do Banco Paulista, segundo as investigações da Lava Jato. Os integrantes do setor de operações estruturadas transferiam valores em moeda estrangeira para contas no exterior em nome de offshores controladas por doleiros, que disponibilizavam o equivalente em reais no Brasil.
Após a internalização dos recursos ilícitos pelos doleiros, Rodrigues Júnior enviava dinheiro em espécie ao Banco Paulista, que fazia a transferência eletrônica dos valores a empresas de fachada controladas por ele e os outros integrantes do grupo responsável pela lavagem do dinheiro da propina da Odebrecht.
Os pagamentos eram justificados por contratos fictícios e notas fiscais falsas. Segundo os procuradores da Lava Jato, de 2007 a 2015, o banco transferiu em 434 operações cerca de 52 milhões às empresas de fachada BBF Assessoria e Consultoria Financeira, JR Graco Assessoria e Consultoria Financeira, VVB Assessoria e Consultoria Financeira, Lafrano Assessoria e Consultoria Financeira, MIG Consultoria Econômica e Financeira, Crystal Research Serviços e Bilinski Assessoria e Consultoria Financeira.
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Comentários (4)
Leao
2019-06-11 10:40:39Excelente matéria.
Geraldo
2019-06-11 08:30:06Ta ai um dos motivos do desespero dos Criminosos que praticaram as violações sobre os telefones dos procuradores. Estamos chegando nos BANQUEIROS, por intermédio dos DOLEIROS, já iniciamos uma ação no JUDICIÁRIO, ou seja, estamos atingindo o TOPO DA PIRAMIDE criminosa.
Bartolomeu
2019-06-10 23:13:37Parabéns pela matéria!!! 👏👏👏👏👏
Erison
2019-06-10 15:48:08Avante Lava-jato!! Força MPF e PF!