Turcos podem derrubar autocrata Erdogan neste domingo
Com exceção de uma tentativa de um suposto golpe militar em 2016, nunca o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (foto), esteve tão próximo de cair do poder como neste domingo (12). No poder desde 2003, incluindo seu mandato como primeiro-ministro, Erdogan enfrenta uma disputa acirrada nas eleições presidenciais deste ano. O agregador de pesquisas...
Com exceção de uma tentativa de um suposto golpe militar em 2016, nunca o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (foto), esteve tão próximo de cair do poder como neste domingo (12).
No poder desde 2003, incluindo seu mandato como primeiro-ministro, Erdogan enfrenta uma disputa acirrada nas eleições presidenciais deste ano.
O agregador de pesquisas eleitorais Poll of Polls, do Politico, aponta vantagem de quatro pontos percentuais para a oposição.
Kemal Kiliçdaroglu, do Partido Republicano do Povo, tem 50% das intenções de voto, contra 46% de Erdogan.
Caso nenhum candidato ultrapasse os 50% dos votos, a disputa vai para um segundo turno, no dia 28. Esse é o cenário mais provável.
Levantamento de eventual segundo turno entre Kiliçdaroglu e Erdogan mostra estreitamento da vantagem, 51% contra 49%.
Um fracasso na reeleição consagraria o avanço da oposição, que, em 2019, derrubou o partido de Erdogan, o AKP, das prefeituras das duas maiores cidades do país, Istambul e a capital, Ancara.
O autoritarismo do presidente é o que o deixou nessa situação.
Erdogan corrompeu o Judiciário para prender adversários políticos e jornalistas, ainda mais depois da tentativa de golpe de 2016, assim como para reprimir direitos civis de mulheres e de LGBT, um aceno à sua base muçulmana.
Há ainda a perseguição promovida contra a minoria étnica curda.
Mais impactante na vida cotidiana da população é a incompetência decorrente da concentração de poder.
Erdogan revogou a autonomia do Banco Central para impor uma política monetária caótica que alavanca a inflação e promove desigualdade.
O presidente também fez uma limpa e plantou aliados em posições de comando nas Forças Armadas, após a tentativa de golpe de 2016.
A medida comprometeu a resposta do governo ao terremoto de fevereiro, que matou mais de 44.000 pessoas e deixou 1,5 milhão desabrigadas na Turquia.
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