Como vereadores de São Paulo quase impuseram derrota a Tarcísio sobre a Sabesp
O que parecia uma votação tranquila de um projeto de uma vereadora do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo, na quarta-feira (12), quase gerou uma rachadura nos planos de Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatização da Sabesp, uma de suas principais propostas durante a eleição. Isso porque os vereadores chegaram perto de aprovar uma...
O que parecia uma votação tranquila de um projeto de uma vereadora do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo, na quarta-feira (12), quase gerou uma rachadura nos planos de Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatização da Sabesp, uma de suas principais propostas durante a eleição.
Isso porque os vereadores chegaram perto de aprovar uma frente parlamentar em defesa da empresa estatal. Com 21 votos favoráveis e 10 contrários — incluindo o de vereadores aliados do governo — a proposta chegou perto dos 28 votos necessários para garantir sua criação. Uma nova votação será discutida na semana que vem.
Entre os 21 votos, nenhum é mais representativo do que o de Milton Leite (União; foto), o presidente da Câmara.
O vereador, uma das figuras mais poderosas da política estadual, nega qualquer estranhamento e diz que seu voto pela criação da frente era apenas para cumprir um acordo de líderes, que previa a aprovação de projetos de todos os partidos de maneira simbólica. Como vereadores do Republicanos, partido do governador, foram contra e forçaram uma votação nominal, Milton decidiu manter seu acordo.
No entanto, pesa também o fato que o União Brasil, partido de Milton, vem perdendo espaço no governo de Tarcísio. O partido, que deu apoio ao governador no segundo turno, não conseguiu escalar secretários de relevo no Palácio dos Bandeirantes, com o domínio do PSD de Gilberto Kassab e do vice-governador, Felício Ramuth.
Uma rachadura nas relações entre a Câmara Municipal de São Paulo e o governo estadual pode se mostrar fatais para os planos de privatizar a empresa de água e esgoto. Isso porque a cessão do serviço da Sabesp é feita pelos municípios. A capital São Paulo, com seus 12,4 milhões de habitantes, tem força própria para modificar as regras do contrato e tornar a venda mais difícil.
Apesar de cobrir mais de 300 cidades, os planos de privatizar a Sabesp não são viáveis sem a capital.
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Comentários (1)
Peter
2023-04-14 14:30:24Arre! Política brasileira não é mesmo para amadores. Para cada solução, um problema.