Como uma eleição no Wisconsin se tornou a mais importante do ano nos EUA
Wisconsin, para um não americano, é apenas mais um dos 48 estados que dão forma à parte continental dos Estados Unidos. Situado no centro-norte do país, o estado que é um pouco maior que o Acre e tem uma população menor que a da cidade do Rio de Janeiro tornou-se esta semana um laboratório das...
Wisconsin, para um não americano, é apenas mais um dos 48 estados que dão forma à parte continental dos Estados Unidos. Situado no centro-norte do país, o estado que é um pouco maior que o Acre e tem uma população menor que a da cidade do Rio de Janeiro tornou-se esta semana um laboratório das eleições de 2024.
Isso porque Janet Protasiewicz (foto) foi eleita como juíza da suprema corte do estado nesta terça-feira (4). De viés liberal, a candidata foi apoiada pelos democratas e venceu um candidato conservador de simpatia dos republicanos, com 11 pontos percentuais de diferença.
A vantagem é muito maior que a esperada, já que o estado não tem uma clara preferência por um dos partidos. É um swing state. Na eleição presidencial de 2020, Joe Biden venceu o republicano Donald Trump no estado por apenas 0,63%.
Uma das chaves para entender vitória é a visão pró-aborto de Janet. Agora, com mais liberais, a corte que ela integrará pode reverter a lei antiaborto do estado, em um julgamento agendado para este ano. Se isso se confirmar, Wisconsin deve remar contra a maré da Suprema Corte dos EUA, que em 2022 aproveitou sua maioria conservadora para retirar o direito nacional ao aborto.
No cenário nacional, os conservadores americanos cantaram vitória ao reverter o precedente de "Roe v. Wade" tomado em 1973. Agora, no entanto, sofrem o efeito colateral disso: o apoio a causas pró-aborto pode incentivar eleitores pró-aborto (e liberdades privadas) a urnas em números acima da média, garantindo vantagens a candidatos progressistas — como no caso de Janet, em Wisconsin.
O tema deve ser central nas eleições presidenciais, que nem tem seus candidatos definidos ainda. A 579 dias das eleições, Joe Biden, Donald Trump e Ron de Santis, o governador da Florida, são os principais nomes. Todos eles terão de marcar terreno sobre o tema.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)