Temor de novo genocídio de armênios é tema do podcast Latitude
O enclave de Nagorno-Karabakh tem maioria de população armênia, cristã ortodoxa, e fica dentro do Azerbaijão, uma ditadura muçulmana sunita comandada por Ilham Alyev. Desde 12 de dezembro, esse território tem sido sufocado por tropas azeris enviadas pela ditadura desse país. O único corredor que liga esse enclave ao país vizinho, a Armênia, foi fechado....
O enclave de Nagorno-Karabakh tem maioria de população armênia, cristã ortodoxa, e fica dentro do Azerbaijão, uma ditadura muçulmana sunita comandada por Ilham Alyev.
Desde 12 de dezembro, esse território tem sido sufocado por tropas azeris enviadas pela ditadura desse país. O único corredor que liga esse enclave ao país vizinho, a Armênia, foi fechado. Com isso, não é mais possível enviar mantimentos e remédios para cerca de 150 mil pessoas, que estão ilhadas.
O Corredor de Lachin, como é chamado esse caminho que tem de três a cinco quilômetros de largura, foi bloqueado por pessoas que se dizem ecoativistas contrários à exploração de minérios em Nagorno Karabakh pelos armênios. Os ambientalistas, na realidade, são soldados enviados pela ditadura de Aliyev.
"Eles são pseudoativistas. O Azerbaijão é um país que não tem liberdade de imprensa, onde não é permitido nenhum protesto", diz o arquiteto e fotógrafo Norair Chahinian, em conversa no podcast Latitude.
"O curioso é que Baku, por muito tempo, foi conhecida como a capital mais suja da Europa. Isso por causa da produção de petróleo nos campos do Mar Cáspio. Além disso, não existe movimento ambientalista no Azerbaijão e os armênios não sabem fazer mineração", comenta o historiador Heitor Loureiro, também no podcast, que vai ao ar neste sábado, às 18h.
"A situação atual é que existem 150 mil armênios, incluindo crianças e idosos ilhados, dentro do Azerbaijão, a 5 quilômetros da fronteira com a Armênia, sem nenhuma conexão, há 45 dias sem conexão, sem suprimentos, sem eletricidade, sem gás, sem internet, em um inverno de 5 ou 10 graus negativos. E o Aliyev, ironicamente, fala que essa população tem até o final do ano para sair ou, ao final do ano, todos passarão a ser tratados como cidadãos do Azerbaijão. Então temos, sim, o risco de um novo genocídio", disse Chahinian, que é descendentes de sobreviventes do genocídio armênio, que ocorreu entre 1915 e 1923.
Eles foram entrevistados pelos jornalistas Duda Teixeira e Rogério Ortega.
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Comentários (1)
KEDMA
2023-01-28 11:14:17O ser humano perdeu o endereço de si mesmo. Triste realidade.