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    Toda posse é um espetáculo feio

    Nunca vi nem fui à posse de nenhum político. Primeiro porque é o tipo de coisa que só fã, militante ou assessor faz. No caso dos assessores, que são pagos, e dos militantes, que em geral são malucos (mas também os há pagos), vá; mas quem diabos é fã dessa gente? Em todo caso, não...

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    Orlando Tosetto Júnior
    4 minutos de leitura 01.01.2023 12:35 comentários 10
    A montagem da estrutura para a festa de posse de Lula: melhor ver leões caçando zebras (Foto: Adriano Machado/O Antagonista)
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    Nunca vi nem fui à posse de nenhum político. Primeiro porque é o tipo de
    coisa que só fã, militante ou assessor faz. No caso dos assessores, que são
    pagos, e dos militantes, que em geral são malucos (mas também os há
    pagos), vá; mas quem diabos é fã dessa gente? Em todo caso, não faço
    parte de nenhuma dessas, hum, categorias de indivíduos.

    Mas a razão verdadeira é que sou o fiel depositário de certos preconceitos
    do Brasil velho, que está à morte, e da São Paulo velha, que já foi cremada,
    segundo os quais cerimônia de posse de políticos de qualquer escalão é
    coisa comparável ao salão de bailes de uma casa de tolerância, inclusive
    com o mesmo cheiro de três e meia da manhã.

    Como eu disse, é preconceito. Fui criado assim: todos os meus ancestrais
    diziam que políticos empossados são uma gentalha que não se apresenta à
    família. Meus primos, por exemplo, nunca levaram em casa as vereadoras
    que namoraram; minhas tias nunca deixaram meus avós saberem que foram
    ao cinema com tal ou qual ministro de estado; eu mesmo, se tivesse (hum) o
    hábito feio de frequentar sei lá que prefeita ou senadora, só me confessaria
    aos membros do meu clubinho de cafajestes. O bom nome da família não se
    joga fora e se mantém a estanho, na falta de ferro, e a brasas, na falta de
    fogo.

    Também nunca compramos carro usado, lambreta usada, bicicleta usada de
    deputado federal nenhum. Nem pegamos cheque de assessor de nenhuma
    pasta. Nem fizemos fiado a prefeito, ou emprestamos o cartão de crédito a
    algum presidente, ou nosso nome para qualquer governador fazer crediário.
    Não: tudo o que eles levaram de nós foi por extor…, digo, por força de lei. Há
    empossado bom, honesto, bacana, ilibado? Se houver, mora com a rena do
    nariz vermelho no resort do Pé Grande em Xangri Lá.

    Preconceito, sim, senhor, e até superstição: tenho para mim que o Real só
    vem resistindo tanto – quase trinta anos! – porque trocou as efígies
    agourentas dos figurões empossados por bichos saudáveis, inocentes e mais
    perfumados. Getúlio Vargas, Juscelino Kubtischek, Marechal Deodoro são
    inflação; jacarés, urubus e bugios são estabilidade. Só não peço ao amigo
    para me convencer do contrário porque sou justo e sei que é tarefa
    impossível.

    E depois, vamos combinar: que espetáculo feio não será! Não tem um que
    não seja todo mequetrefe ou mal-ajambrado, não tem uma que não
    preferisse estar de havaianas, top e calça de moletom; todos estão loucos à
    espera das bandejas de croquetinhos, do vinho branco gelado e do pagodão
    pesado; e todos eles têm a cara lavada de suor, e que todas elas riem como
    hienas e estão maquiadas como palhaças. Ainda se algum deles tivesse três pernas, duas cabeças, sete dedos em cada mão ou uma orelha na nuca,
    mas não: as “cerimônias” não servem nem como freak show.

    Daí que neste domingo vou manter o hábito decoroso de não sintonizar nem TV,
    nem rádio, nem me conectar por internet à posse de ninguém. Vou antes
    assistir programas de TV com leões caçando zebras (e, como boa zebra,
    chorar pelas primas), ou verei vídeos de funerais, ou ficarei ouvindo música
    fúnebre e tomando bebidas ruins – cerveja vagabunda, vinho doce, cidra,
    uísque nacional – antecipando outro quadriênio de luto.

    * * *

    Nada disso me impede de agradecer ao leitor amigo, à leitora dileta, a
    atenção dispensada a esta coluna no ano de 2022: muito obrigado.
    Fiquem com meus votos de um 2023 excelente, cheio de saúde, bonança e
    liberdade, por mais que todos os sinais, gestos e pronunciamentos oficiais e
    oficiosos indiquem o contrário. Que Deus abençoe grandemente a todos, e
    nos livre do (ou atenue ao máximo o) previsível mal.

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    Orlando Tosetto Júnior

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (10)

    Tamara

    2023-01-03 19:22:36

    Concordo com você. Não assisti também. Passei bem longe das transmissões.


    Maria Vilma Freire

    2023-01-02 19:12:06

    Que pena você não ter assistido a esta posse, Muito simbólica, muito diferente, mas que só pessoas sensíveis e humanas tem condição de apreciar.


    Marcia E.

    2023-01-02 14:59:56

    Por que meus 2 comentários anteriores não apareceram? Não coloquei nome feio e fui bem educada ao aplaudir o texto de Orlando Tosetto. Nessas horas é que prefiro comentar no Antagonista. Lá a mensagem é imediata.


    Marcia E.

    2023-01-02 14:36:14

    Perfeito seu texto. Tudo que eu queria dizer sobre esse espetáculo deprimente (que neste momento já aconteceu). Ao invés de Rolls-Royce Lula - o Apelativo, deveria chegar dentro do carrinho de materiais recicláveis da convidada especial que subiu a rampa ao lado de Janja e outros personagens de valor figurativo.


    VALERIA SOKAL

    2023-01-02 14:27:30

    Parabéns! Excelente escolha!


    Chico Bráulio

    2023-01-02 12:50:33

    Valei-me N. S. do Perpétuo Socorro! Candidato forte ao troféu limão.


    Nery BSB

    2023-01-02 12:48:53

    Amém!


    Haydee Yara Fernandes Sgrinhlelli

    2023-01-02 12:05:12

    Concordo! Parabéns pela crônica! 👏👏👏👏


    Branda

    2023-01-02 10:43:11

    Muito bom! Você é solteiro? 😄


    Robson Batista

    2023-01-02 10:37:21

    Ótimo texto! Pena que não dá pra compartilhar pra não assinantes.


    Torne-se um assinante para comentar

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (10)

    Tamara

    2023-01-03 19:22:36

    Concordo com você. Não assisti também. Passei bem longe das transmissões.


    Maria Vilma Freire

    2023-01-02 19:12:06

    Que pena você não ter assistido a esta posse, Muito simbólica, muito diferente, mas que só pessoas sensíveis e humanas tem condição de apreciar.


    Marcia E.

    2023-01-02 14:59:56

    Por que meus 2 comentários anteriores não apareceram? Não coloquei nome feio e fui bem educada ao aplaudir o texto de Orlando Tosetto. Nessas horas é que prefiro comentar no Antagonista. Lá a mensagem é imediata.


    Marcia E.

    2023-01-02 14:36:14

    Perfeito seu texto. Tudo que eu queria dizer sobre esse espetáculo deprimente (que neste momento já aconteceu). Ao invés de Rolls-Royce Lula - o Apelativo, deveria chegar dentro do carrinho de materiais recicláveis da convidada especial que subiu a rampa ao lado de Janja e outros personagens de valor figurativo.


    VALERIA SOKAL

    2023-01-02 14:27:30

    Parabéns! Excelente escolha!


    Chico Bráulio

    2023-01-02 12:50:33

    Valei-me N. S. do Perpétuo Socorro! Candidato forte ao troféu limão.


    Nery BSB

    2023-01-02 12:48:53

    Amém!


    Haydee Yara Fernandes Sgrinhlelli

    2023-01-02 12:05:12

    Concordo! Parabéns pela crônica! 👏👏👏👏


    Branda

    2023-01-02 10:43:11

    Muito bom! Você é solteiro? 😄


    Robson Batista

    2023-01-02 10:37:21

    Ótimo texto! Pena que não dá pra compartilhar pra não assinantes.



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