Como interpretar as frases de Putin para Xi e Modi
O presidente da Rússia, Vladimir Putin (o terceiro da direita para esquerda, na foto), encontrou-se nesta semana com o chinês Xi Jinping e o indiano Narendra Modi. Eles participaram da cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (SCO na sigla em inglês), que ocorreu no Uzbequistão. No evento, Putin deu duas declarações que chamaram bastante...
O presidente da Rússia, Vladimir Putin (o terceiro da direita para esquerda, na foto), encontrou-se nesta semana com o chinês Xi Jinping e o indiano Narendra Modi. Eles participaram da cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (SCO na sigla em inglês), que ocorreu no Uzbequistão.
No evento, Putin deu duas declarações que chamaram bastante a atenção.
Para o presidente Xi Jinping, disse: "Apreciamos muito a posição equilibrada de nossos amigos chineses em relação à crise ucraniana. Entendemos suas dúvidas e preocupações a esse respeito, e certamente ofereceremos uma explicação detalhada de nossa posição sobre esse assunto durante a reunião de hoje, embora já tenhamos falado sobre isso anteriormente".
Para o primeiro-ministro Modi, a mensagem foi parecida: “Conheço sua posição sobre o conflito na Ucrânia e sei de suas preocupações. Queremos que tudo isso acabe o mais rápido possível”.
Nos dois casos, Putin citou "preocupações" dos seus aliados sobre a invasão da Ucrânia. Como tais questões não foram veiculadas publicamente, deduz-se que, nos corredores diplomáticos, Putin estaria sendo pressionado para acabar com a guerra. Seriam essas frases sinais de que o russo estaria sendo isolado, e portanto obrigado a dar explicações?
Para o analista Andrei Serbin, da consultoria Cries, em Buenos Aires, o que está acontecendo é o oposto disso. "Putin não está isolado nessa parte do mundo, e a sua participação na cúpula da SCO mostra o contrário. O mais correto seria falar em uma equidistância com a China e a Índia", diz Serbin.
Segundo ele, a reunião da SCO, que conta com a presença de nove países da Eurásia, indica um movimento do poder global na direção oposta ao Ocidente. "Com o conflito militar, houve um claro desvio do comércio russo que havia com a União Europeia para essa região, particularmente em produtos energéticos, como o petróleo", diz Serbin. "Por tudo isso, não há evidências de que esses aliados estejam fazendo alguma pressão, além das declarações oficiais pedindo paz e diálogo."
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Comentários (3)
André
2022-09-18 13:11:41Não concordo com Serbin, principalmente pela Índia. Sendo um país democrático, a Índia certamente não pretende se alinhar à Rússia.
MARCOS
2022-09-17 20:05:07Ditadorzinho metido a Napoleão.
Marcello
2022-09-16 22:18:26Ditador cretino, eventualmente, terá destino similar ao de Mussolini e de Hitler! Milhares já morreram, pelos caprichos dessa criatura nefasta!