Foco no tráfico desmobiliza inquéritos da PF que apuram corrupção
A política adotada pela Polícia Federal nos últimos tempos de priorizar operações contra o tráfico de drogas tem impactado negativamente nas investigações envolvendo grandes esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro. Com o deslocamento de delegados e agentes para atuar no combate a entorpecentes, tem faltado braço operacional para tocar adiante inquéritos que apuram desvios...
A política adotada pela Polícia Federal nos últimos tempos de priorizar operações contra o tráfico de drogas tem impactado negativamente nas investigações envolvendo grandes esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro.
Com o deslocamento de delegados e agentes para atuar no combate a entorpecentes, tem faltado braço operacional para tocar adiante inquéritos que apuram desvios milionários de dinheiro público.
Em São Paulo, um dos casos travados por causa dessa política da PF envolve as empresas de Francisco Maximiano, o dono da Precisa Medicamentos, investigada pela CPI da Covid no Senado no ano passado por supostas fraudes na venda da vacina indiana Covaxin ao Ministério da Saúde, durante a pandemia.
As empresas de Maximiano foram alvo de busca e apreensão da PF em outubro do ano passado, na Operação Acurácia, que apura um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro por meio de um contrato da Petrobras no governo Dilma Rousseff.
Foram apreendidos computadores com dezenas de arquivos e milhares de e-mails que podem ajudar a PF a identificar possíveis políticos beneficiados pelo grupo. Max, como é conhecido o empresário, tinha proximidade com o deputado Ricardo Barros, líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, e com o lobista Milton Lyra, apontado como operador do senador Renan Calheiros, do MDB.
Há indícios de que ao menos nos casos envolvendo a Petrobras e o Postalis, Lyra tenha operado para gerar recursos ilícitos a outros dois políticos do MDB: o ex-senador Romero Jucá e o ex-deputado Eduardo Cunha. Há também uma outra frente de investigação relacionada ao mesmo grupo das vacinas que chegou a um político do PT.
Apesar de se mostrar uma frente de investigação promissora, o trabalho foi desmobilizado. Até agora, o material apreendido não foi periciado e, internamente, a ordem que vem da cúpula da PF é para priorizar as investigações envolvendo tráfico de drogas. No período, delegados que atuavam no inquérito foram remanejados para outros casos.
O mesmo problema também comprometeu o desdobramento da Operação Macchiato, deflagrada pela PF em São Paulo em outubro de 2020. As investigações iniciais apontavam para um suposto esquema de lavagem de dinheiro do banco BMG que viabilizava pagamentos de propina a políticos do MDB. O caso perdeu prioridade internamente e o inquérito segue em banho-maria, segundo fontes ouvidas por Crusoé.
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Comentários (10)
Lucia
2022-03-02 01:23:58Moro é a única solução!
Antonio
2022-02-28 16:35:20viva a corrupção no Brasil
Delei
2022-02-28 12:18:11É proibido investigar e punir corruptos.
Luis
2022-02-28 10:23:42Tem de ir pra cima dos bandidos poderosos de Brasília! Só Moro demonstra coragem.
Maria
2022-02-28 09:24:49MORO PRESIDENTE 2022! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷
Eliomar
2022-02-28 06:54:56Está tudo dominado!
Julio
2022-02-28 00:24:04Fazem de tudo para assegurar a prescrição dos crimes de corrupção. Será porque sempre envolve algum político e ou empresário poderoso?
MARCOS
2022-02-27 21:18:23O CRIME DOMINOU O BRASIL.
Bartolomeu
2022-02-27 17:30:59Prioridades no tráfico, milhares de polícias atuando em atividades administrativas como emissão de passaporte, setores de autorização e controle de armas, plantões e atendimento ao público. E as investigações contra os colarinhos, óóó!!!
Marcello
2022-02-27 17:25:34E ainda falaram que o Moro era "mentiroso"! Pobre Brasil, refém de gente ordinária!