PF aponta diretor do DNIT nomeado por Bolsonaro e Tarcísio como destinatário de propina
Um diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas é apontado pela Polícia Federal como destinatário de propina para favorecer uma empresa na negociação de um terreno da União. Marcelo Almeida Pinheiro Chagas ocupava até esta terça-feira, 24, o cargo de diretor da área...
Um diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas é apontado pela Polícia Federal como destinatário de propina para favorecer uma empresa na negociação de um terreno da União.
Marcelo Almeida Pinheiro Chagas ocupava até esta terça-feira, 24, o cargo de diretor da área de Infraestrutura Ferroviária do DNIT. Ele foi exonerado por determinação da Justiça Federal. Chagas é funcionário de carreira do órgão. Ele chegou ao cargo de coordenador-geral de Infraestrutura Ferroviária ainda nos governos do PT e, já sob Bolsonaro, foi promovido a diretor no início de 2019. O ato de nomeação foi assinado por Tarcísio de Freitas, titular do Ministério da Infraestrutura, e pelo próprio presidente da República.
Chagas foi um dos alvos da Operação Daia, deflagrada nesta terça pela Polícia Federal para aprofundar as investigações referentes à atuação de lobistas que favoreciam a tal empresa dentro do DNIT. Os policiais cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em Goiás, Tocantins, São Paulo e no Distrito Federal. A Justiça também determinou o bloqueio de valores nas contas dos investigados.
A apuração envolve ainda um funcionário da Secretaria de Patrimônio da União, a SPU, que também teria atuado para facilitar a venda do terreno público para a empresa.
Para abrirem caminho para o negócio, segundo a PF, os funcionários do governo receberiam uma parte de uma "comissão" de 550 mil reais, equivalente a 5% do valor da negociação do terreno com a União. O negócio seria fechado com a União por 11 milhões de reais, bem abaixo do valor de mercado -- os policiais sustentam que a área valia quatro vezes mais.
Mensagens interceptadas pela PF indicam que o agora ex-diretor do DNIT receberia 253 mil reais em troca da concretização do negócio. A transação foi travada a partir do surgimento das suspeitas de irregularidades.
Procurado, Marcelo Chagas não foi localizado até a publicação deste texto. Em nota, o DNIT diz que colabora com as investigações. Crusoé também tentou ouvir o ministro Tarcísio de Freitas sobre as suspeitas que pesam sobre Chagas, nomeado por ele, mas até o momento não obteve resposta.
Uma firma de consultoria de propriedade do irmão de um dos funcionários investigados também teria recebido pagamentos da empresa interessada na aquisição da área. “Os lobistas utilizaram-se do pagamento de propina para arregimentar servidores públicos do DNIT, que passaram a cuidar dos interesses da empresa junto à autarquia”, diz a Polícia Federal. A Operação Daia investiga os crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e associação criminosa.
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Comentários (10)
Regina Maria Fleury Curado
2021-08-26 14:05:40A situaçao atual é igual um navio sem timoneiro, em uma noite escura e sombria, com raios, trovões e ondas gigantescas. Só escuridão tenebrosa.
Marco Antônio Rodrigues
2021-08-25 13:15:11Esse DNIT só não é mais corrupto que a CBF!!! Não dá para fechar essa bagaça?
Ana
2021-08-25 12:05:31Esse título dá margem à dupla interpretação... melhor arrumar antes q começar a ouvir o gado gritando
Paulo
2021-08-25 11:45:30com a palavra Tarcísio de Freitas
MANOEL DO CARMO FONSECA MATOS
2021-08-25 11:17:49Título da matéria é tendencioso.
Bartolomeu
2021-08-25 11:16:37Não dá em nada, PF, meu orgulho. Brasil não tem pena, não tem justiça, não tem PGR, não tem congresso e não tem Presidência. É o país da zorra total. No máximo uma condenacaozinha numa primeira instância, cheia de benefícios, réu primário, bons antecedentes, endereço fixo, prisão domiciliar até chegar no STF. A única coisa que não pode é cometer crime, se for pobre ou de cor.
MARCOS
2021-08-25 10:47:47E apregoa-se aos quatro ventos, que “neste governo” não tem corrupção. Temos que continuar o combate à corrupção retornando a Lava Jato, começando com a PGR, executivos, legislativos, judiciário, funcionários públicos, e militares em geral.
ANTONIO
2021-08-25 10:34:35corrupção existe, sim. a diferença é como o corrupto é tratado. ninguém tem escrito na testa que é corrupto.
Alberto Mendes
2021-08-25 09:39:19Pior é ainda ver o Gado Bolsonarista afirmar que não existe corrupção do Governo!!! r
Maria
2021-08-25 08:56:17eita governo sem corrupção, que só nomeia corruptos.