O governo 'na sombra' de Castillo: despacho de local privado e sem registro de visitas
Ao tomar posse na última quarta, 28, o novo presidente do Peru, Pedro Castillo (foto), anunciou que não despacharia da Casa de Pizarro, como é conhecido o Palácio de Governo, sede do poder Executivo em Lima. Castillo disse que o prédio era um símbolo colonial. Neste domingo, 1º de agosto, Castillo precisou retroceder e anunciou...
Ao tomar posse na última quarta, 28, o novo presidente do Peru, Pedro Castillo (foto), anunciou que não despacharia da Casa de Pizarro, como é conhecido o Palácio de Governo, sede do poder Executivo em Lima. Castillo disse que o prédio era um símbolo colonial.
Neste domingo, 1º de agosto, Castillo precisou retroceder e anunciou que irá despachar do Palácio de Governo até que se encontre um lugar adequado para que ele possa trabalhar.
A desistência de Castillo ocorreu depois que peruanos reclamaram de um governo "na sombra". Por cinco dias, o presidente tem trabalhado de uma casa particular no distrito de Breña, onde ele vive, em Lima. Nesse período, não foram divulgadas agendas oficiais, nem o nome das pessoas que encontraram o presidente.
"O artigo 16 da Lei de Lobbies diz claramente que todos os atos da administração precisam ser feitos em dependências públicas. Essa proibição tem como finalidade evitar o tráfico de influência e os lobbies ilegais", diz o advogado peruano Dino Carlos Caro Coria. "É preciso fazer um registro dos nomes das pessoas que se encontraram com o presidente, que horas elas entraram e saíram, se são pessoa física ou representam uma empresa. Até agora, isso não foi feito."
A suspeita é de que o chefe do partido Peru Livre, Vladimir Cerrón, próximo à Cuba, estaria despachando com Castillo. "Se há pessoas, como Cerrón, despachando como uma espécie de assessor na sombra, isso poderia ser considerado usurpação de função. É quando alguém assume um papel público sem estar designado para isso", diz Coria.
Cerrón não pode ser funcionário público porque foi condenado por corrupção, o que o impede de se candidatar a cargos públicos ou de assumir funções no atual governo.
O Brasil vive uma situação parecida com os filhos do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a Casa Civil, Carlos e Eduardo Bolsonaro estiveram diversas vezes no Palácio do Planalto. Após um pedido de informação feito por Crusoé por meio da Lei de Acesso à Informação, o governo brasileiro impôs sigilo de 100 anos sobre as informações referentes aos crachás de acesso ao Palácio do Planalto expedidos em nome dos filhos do presidente da República.
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Comentários (7)
Jose
2021-08-02 19:43:33Descobrimos. O Peru acabou de inaugurar o Bozismo socialista, kkkkkkkkkk. Aqui a gente chama este mostro de bozolulismo! Simples assim!
ardo
2021-08-02 18:34:53Os filhos do presidente não podem ir ver o pai? Tá lascado. Se tão de brincadeira ! Pirracinha de criança ! Kkkk cruzuecapital , q fase em?
Edson
2021-08-02 18:03:18nao vi relação nenhuma entre a situação relatada e os filhos do Bolsonaro
PAULO
2021-08-02 15:43:08O Brasil vive situação parecida? Vocês estão cegos na busca de vincular tudo e todos ao Bolsonaro. Essas afirmações apenas arranham a imagem do jornal, pois não são sérias.
Nyco
2021-08-02 15:05:54Se eu fosse PR, jamais iria abrir mão da presença dos meus filhos, filho é tudo de bom em nossas vidas, bem diferente desse Cerrón comunista, amiguinho da ditadura sanguinária cubana. Bolsonaro 2022, a última TRINCHEIRA contra o comunismo.
Iara
2021-08-02 14:13:45Virou moda o sigilo de 100 anos. Para não serem incomodados até a morte.
Patricia
2021-08-02 12:40:43Não creio que se possa comparar a influência de filhos com alguém sem parentesco e condenado por corrupção. Quando votamos no Bolsonaro sabíamos exatamente a carga que ele estava trazendo consigo.