CPI ouve Carlos Wizard sobre 'gabinete paralelo' e negociação de vacinas
A CPI da Covid ouve nesta quarta-feira, 30, o empresário bolsonarista Carlos Wizard (foto), que viajou dos Estados Unidos ao Brasil especialmente para prestar esclarecimentos à comissão. O depoimento está agendado para as 9h30. O bilionário chega ao Senado sob tensão. Em princípio, a oitiva ocorreria em 17 de junho. Dias antes, porém, Wizard informou...
A CPI da Covid ouve nesta quarta-feira, 30, o empresário bolsonarista Carlos Wizard (foto), que viajou dos Estados Unidos ao Brasil especialmente para prestar esclarecimentos à comissão. O depoimento está agendado para as 9h30.
O bilionário chega ao Senado sob tensão. Em princípio, a oitiva ocorreria em 17 de junho. Dias antes, porém, Wizard informou à CPI que não compareceria à sessão porque estava acompanhando um familiar em tratamento de saúde no país americano.
Diante da ausência, a cúpula da comissão pediu a apreensão do passaporte do empresário, além de sua condução coercitiva. Ao desembarcar no Brasil, Wizard entregou o documento à Polícia Federal e está, portanto, impedido de deixar o país.
Na CPI, o empresário será questionado sobre o "gabinete paralelo", grupo que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro às margens do Ministério da Saúde durante a pandemia. A comissão acredita que ele tenha financiado a estrutura extraoficial, com o custeio, por exemplo, de viagens a Brasília de médicos pró-cloroquina e críticos ao isolamento social.
Wizard, porém, não atuou como conselheiro somente de Bolsonaro. Em depoimento à CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que o empresário é um amigo pessoal a quem ouviu "de maneira informal ao longo da vida". O general confirmou que o bilionário o ajudou durante um mês no ministério, sem remuneração, mas declarou que ele cessou as atividades ao recusar o cargo de Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
O bilionário ainda prestará informações sobre seu papel na negociação de vacinas. Apoiado por ele e Luciano Hang, o imunizante chinês CanSino entrou na mira da CPI em razão das tratativas do Ministério da Saúde com a Belcher Farmacêutica, empresa investigada pela Polícia Federal na Operação Falso Negativo e intermediária da CanSinoBio no Brasil.
O acerto previa a entrega de 60 milhões de doses ao custo de 5 bilhões de reais, conforme carta de intenção assinada pelo governo. Cada dose sairia pelo valor de 17 dólares, no preço mais alto negociado pelo ministério na pandemia. Na terça-feira, 28, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária recusou o pedido de uso emergencial e temporário do imunizante.
Wizard figura entre os 14 nomes investigados pela CPI da Covid. O empresário teve os sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático quebrados pela comissão. O bilionário tenta reverter a medida cautelar no Supremo Tribunal Federal.
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