Ernesto pediu ajuda a governo Trump para 'defender soberania' da Amazônia e se ofereceu para 'dar ultimato' a Maduro
O ex-ministro Ernesto Araújo procurou a Casa Branca, em agosto de 2019, para sugerir uma "parceria bilateral" com os Estados Unidos para a "defesa da soberania" do Brasil sobre a Amazônia. A sugestão se deu durante uma reunião do então chanceler com Charles Kupperman, à época o número 2 do Conselho de Segurança Nacional de...
O ex-ministro Ernesto Araújo procurou a Casa Branca, em agosto de 2019, para sugerir uma "parceria bilateral" com os Estados Unidos para a "defesa da soberania" do Brasil sobre a Amazônia. A sugestão se deu durante uma reunião do então chanceler com Charles Kupperman, à época o número 2 do Conselho de Segurança Nacional de Donald Trump.
A informação consta de um e-mail enviado pelo chanceler a Kupperman, obtido por Crusoé, contendo o resumo dos assuntos tratados no encontro. Na mesma comunicação, Ernesto afirmou que o Brasil estaria pronto para "entregar uma oferta/ultimato a Maduro, em coordenação com os Estados Unidos".
"Cooperação soberana na Amazônia, incluindo preocupações com a mineração. A postura recente do governo da França e campanha internacional contra o Brasil em falsos pretextos sobre o desmatamento mostram real ameaça ou esquemas para questionar a soberania do Brasil sobre seu território na região da Amazônia. Parceria bilateral com os Estados Unidos essencial para contra-atacar esse impulso, defendendo a soberania e abrindo oportunidades para exploração sustentável conjunta Brasil-EUA de recursos naturais na Amazônia, incluindo terras raras", resumiu Ernesto.
"Venezuela. O Brasil está pronto para liderar o Grupo de Lima para entregar oferta/ultimato a Maduro, em coordenação com os EUA. Brasil está pronto para coordenar mais ações com os EUA, como as sob o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, Artigo 6. Necessidade de coordenar através da região para defender a democracia e economias abertas, em vista do novo impulso do Foro de São Paulo (liga de partidos radicais na América Latina) e seu possível sucesso eleitoral em alguns países", escreveu o chanceler, referindo-se ao TIAR, um tratado celebrado em 1948 no âmbito da Organização dos Estados Americanos sobre a defesa continental.
O artigo citado por Ernesto não trata explicitamente de uso de força armada, mas fala em medidas para a "defesa comum" e a "manutenção da paz e segurança". "Se a inviolabilidade ou integridade do território ou a soberania ou independência política de qualquer Estado Americano for atingida por uma agressão que não seja um ataque armado, ou por um conflito extracontinental ou intra-continental, ou por qualquer outro fato ou situação que possa pôr em perigo a paz da América, o Órgão de Consulta reunir-se-á imediatamente a fim de acordar medidas que, em caso de agressão devam ser tomadas em auxilio do agredido, ou, em qualquer caso, convenha tomar para a defesa comum e para a manutenção da paz e da segurança no Continente".
Em setembro de 2019, semanas depois do encontro de Ernesto com Kupperman, os países do TIAR chegaram a ativar o tratado contra a Venezuela de Nicolás Maduro. Em dezembro daquele ano, o tratado aplicou sanções contra altos funcionários do chavismo, proibindo que 29 deles viajassem a países que integram a coalizão.
No encontro, Ernesto também abordou a tecnologia 5G, uma das principais preocupações da diplomacia de Donald Trump. "Necessidade de cooperar em informações sobre competidores do 5G para que o Brasil construa uma licitação que tomaria completamente em conta ameaças à segurança", escreveu Ernesto. O governo norte-americano alegava que empresas chinesas representam essa "ameaça".
A quinta geração da telefonia móvel foi tema da última crise de Ernesto no cargo, que acabou levando à sua demissão, em março deste ano. No Twitter, o chanceler acusou a senadora Kátia Abreu, do Progressistas, de fazer lobby em favor de empresas chinesas da tecnologia 5G. A acusação gerou forte reação do Congresso, já insatisfeito com a apatia do Itamaraty na busca por vacinas contra a Covid-19, que exigiu a troca no comando do Itamaraty.
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Comentários (4)
alfredo nascimento
2021-06-25 11:28:17Ele nunca esteve a altura do cargo. Péssimo diplomata. Não enxerga o mundo com amplitude. O Brasil nunca precisou se mostrar beligerante para ocupar o lugar de destaque na região e ja vinha se impondo como liderança regional independente de ideologia. Esse viés ideológico só interessa aos Estados Unidos para manipular mentes com baixo Qi como o dele.
BOCCA DELLA VERITÀ
2021-06-25 11:10:11o que esperar de um bípede que tem como guru o olavo-boleto-vencido-de carvalho.
DINAEL ALVES DA SILVA
2021-06-25 10:21:27mostra que ele era um lunático , daqueles de cinema.
Jose
2021-06-25 08:26:13Mais uma prova de que o Brasil está entregue a um bando de loucos cuja missão principal é arruinar a já pouca reputação que o país construiu e, naturalmente, maltratar a população. Bozistas são perversos e pervertidos!