O passado medonho do escolhido de Khamenei para as eleições no Irã
O Irã realiza eleições presidenciais nesta sexta, 18. O favorito é o clérigo Ebrahim Raisi (foto), chefe do Judiciário. Ele é o preferido do líder supremo Ali Khamenei e tem grandes chances de vencer o pleito por um simples motivo: os demais candidatos conhecidos foram impedidos de participar. Raisi tem um currículo tenebroso. Em 1988,...
O Irã realiza eleições presidenciais nesta sexta, 18. O favorito é o clérigo Ebrahim Raisi (foto), chefe do Judiciário. Ele é o preferido do líder supremo Ali Khamenei e tem grandes chances de vencer o pleito por um simples motivo: os demais candidatos conhecidos foram impedidos de participar.
Raisi tem um currículo tenebroso. Em 1988, ele integrou duas "comissões da morte" que tinham entre três e quatro integrantes e julgaram os opositores que estavam nas prisões de Evin e Gohardasht.
A Guerra Irã-Iraque estava terminando e um grupo de oposição, o Mujahedeen-e-Khalq (MEK), armado pelo iraquiano Saddam Hussein, realizou um ataque frustrado na fronteira. Em seguida, o aiatolá Ruhollah Khomeini ordenou a execução de todos os opositores políticos que estavam encarcerados.
Estima-se que ao menos 5 mil foram mortos. Algumas estatísticas falam em 30 mil vítimas fatais. A maioria pertencia ao grupo MEK, mas havia também muitos marxistas e integrantes de grupos de esquerda.
Para decidir quem seria morto e quem viveria, os juízes das comissões da morte perguntavam se as pessoas rezavam ou se estavam dispostas a remover uma mina terrestre pela República Islâmica. Aqueles que diziam não ser religiosos ou que não eram considerados leais ao governo eram executados no mesmo dia por enforcamento ou por pelotão de fuzilamento. Entre as vítimas havia mulheres e crianças com 13 anos. Seus corpos foram enterrados em valas comuns.
"Se considerarmos a quantidade de mortos, Raisi poderia ser facilmente acusado de crime contra a humanidade", diz o americano Tzvi Kahn, especialista em Oriente Médio e pesquisador da Fundação para a Defesa das Democracias, em Washington.
Em 2018, Raisi disse que as execuções foram uma conquista orgulhosa do regime. Também afirmou que Khomeini, que deu a ordem para matar, de herói nacional.
Quando iranianos de diversas cidades protestaram contra fraudes na eleição de 2009, Raisi também entrou em ação. Ele participou do julgamento e, em alguns casos, da sentença de morte, de diversos manifestantes pacíficos.
Em 2019, Raisi foi nomeado por Ali Khamenei como chefe do Judiciário do Irã. Como tal, tornou-se o responsável direto pelo tratamento cruel dado aos prisioneiros de consciência. Os métodos de tortura incluem estupros, testes de virgindade, privação de sono, choques elétricos, golpes e queimaduras no corpo.
"Raisi já trabalhou como promotor, como procurador-geral e como chefe do Judiciário. Nesses cargos, ele foi responsável pela prisão, tortura e morte de inúmeros iranianos. Com isso, ele demonstrou que está disposto a matar pelo regime. Essa é uma das razões pelas quais Khamenei o quer como presidente", diz Tzvi Kahn.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (2)
Ricardo
2021-06-20 13:35:57e depois não querem ser fulminados pelos EUA
Aguia
2021-06-19 12:29:05Cada país tem o genocida que merece