A primeira medida do novo ministro gay de Israel
O novo ministro de Saúde de Israel, Nitzan Horowitz (à direita na foto), que acaba de assumir o posto com a inauguração do governo de coalizão liderado por Naftali Bennett, anunciou nesta segunda, 14, que pretende mudar o formulário para doações de sangue no país. Horowitz quer retirar o item que pergunta se o doador teve...
O novo ministro de Saúde de Israel, Nitzan Horowitz (à direita na foto), que acaba de assumir o posto com a inauguração do governo de coalizão liderado por Naftali Bennett, anunciou nesta segunda, 14, que pretende mudar o formulário para doações de sangue no país.
Horowitz quer retirar o item que pergunta se o doador teve relações com outro homem no último ano. A comunidade LGBT de Israel comemorou o anúncio e espera que esse seja o primeiro passo para um avanço em outras áreas, como a autorização para o casamento civil e a adoção de crianças por casais homossexuais.
Como ministro de Saúde, Horowitz não terá poder sobre todas as áreas, mas sua presença já é suficiente para mudar a agenda de discussão. "O novo governo foi eleito com 50% dos votos, o que implica que a outra metade foi contra. E, dentro do governo, também há vozes conservadoras, incluindo a do primeiro-ministro Naftali Bennett. Mesmo assim, seria possível avançar não apenas em pontos que beneficiam a comunidade gay, como também outros grupos", diz o israelense Amit Kama, professor de comunicação e mídia na universidade Emek Yezreel e um dos pioneiros em estudos estudos acadêmicos sobre a comunidade LGBT em Israel.
No país, não existe casamento civil, apenas religioso. Com isso, casais com membros que professam fés diferentes, que não preenchem todos os requisitos religiosos ou que não sejam compostos de um homem e uma mulher precisam viajar para o exterior para se casar. Ao retornar, a união é reconhecida. Uma alteração na lei favoreceria não apenas gays, como todos os que enfrentam esse problema, incluindo imigrantes russos. Muitos deles enfrentam empecilhos para serem reconhecidos como judeus em Israel.
Decisões antigas da Corte Suprema e leis aprovadas no Parlamento têm sido bastante favoráveis à comunidade LGBT. Não há nenhum empecilho, por exemplo, para que gays se alistem nas Forças Armadas. No Parlamento que acaba de assumir, cinco dos 120 membros são gays.
No passado, os políticos abertamente gays eram todos de esquerda, mas nos últimos 20 anos começaram a se destacar representantes de outras ideologias. Dos cinco deputados atuais, três são de centro, um é de esquerda e um é de direita.Em Israel, vale lembrar, ser de direita não tem a ver com economia ou costumes, mas com ser contra as negociações de paz com palestinos e contra a ideia de dois estados.
Quem também poderia fazer objeção a políticas a favor da comunidade LGBT no novo governo é Mansour Abbas, líder do partido Lista Árabe Unida. Os representantes da sigla mantêm uma retórica pesada contra os gays, embora a sociedade caminhe em outra direção. "Em Israel, é muito comum que gays que vivem em vilas árabes pequenas se mudem para cidades maiores, como Tel Aviv ou Haifa, onde há menos restrições", diz Kama. Segundo ele, a situação é muito pior entre os palestinos que vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, onde não há liberdade alguma.
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Comentários (4)
Vera
2021-06-16 23:00:23Era necessário colocar que o ministro é gay?Faz diferença? Me parece discriminação!
Jose
2021-06-16 09:03:02O Carluxo está comemorando. Espera que com o exemplo israelense, ele deixará de ser discriminado pelo pai. Entretanto, tal como sabemos, isso é apenas uma ilusão.
MARCOS
2021-06-15 16:32:06Cruzoé foi infeliz na escolha das palavras do título desta reportagem. A se manter essa linha teremos: Pelé, negro, fará oitenta anos ou, Angela Ro Ro, lésbica, cortou o cabelo. VACILOU.
Vimar Maddarena
2021-06-15 16:31:38Os árabes em Israel, são uma bomba relógio atômica. Será que os Judeus não aprenderam nada?